Saúde

Pesquisadores da USP desenvolvem robô para auxiliar em neurocirurgias

Com o auxílio do robô, o procedimento pode ganhar praticidade e agilidade, segundo o professor do departamento de engenharia Glauco Caurin

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um "robô neurocirurgião" para tornar procedimentos no cérebro de crianças mais rápidos e seguros.

O monitoramento de crises de epilepsia em crianças, por exemplo, pode ser feito com o implante de eletrodos no cérebro. Nesse tipo de neurocirurgia pediátrica, os médicos costumam fazer a maior parte do trabalho de forma manual. Com o auxílio do robô, o procedimento pode ganhar praticidade e agilidade, segundo o professor do departamento de engenharia Glauco Caurin.

"Na verdade, o que a gente chama de robô é um braço mecanizado que tem várias articulações que permitem a esse dispositivo posicionar ferramentas que auxiliam o cirurgião. Ele consegue ser manipulado e posicionado de forma a carregar as ferramentas que vão ser usadas na cirurgia, próximas da cabeça do paciente."

O pesquisador acrescenta que o robô neurocirurgião conta com sensores e um sistema de inteligência artificial que dá maior precisão no posicionamento dessas ferramentas.

"A gente tem também um sensor, um sistema de imagem 3D que captura tanto a posição do robô quanto de elementos de referência na cabeça do paciente. Então, a gente sabe qual a posição precisa da cabeça do paciente para que eu possa fazer a inserção de ferramentas. Finalmente, eu tenho um computador que fica capturando todas essa informação, compartilhando entre o médico e o robô e um software de navegação."

Na avaliação de Caurin, o robô será um equipamento auxiliar que vai garantir mais segurança ao médico.

"Quando ele precisa acompanhar ou seguir o que planejou antes da cirurgia, olhando as imagens em 3D do cérebro, ele vai conseguir reproduzir localmente aquilo que ele deseja com precisão submilimétrica."

A tecnologia está sendo testada em um ambiente que simula o procedimento do início ao fim e ainda não foi aplicada em pacientes.

O projeto é realizado em parceria com a Faculdade de Medicina da USP, do campus de Ribeirão Preto, desde 2014. A estimativa é que, no futuro, pelo menos 1 mil crianças atendidas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto possam ser beneficiadas com o uso da nova tecnologia.