A vacina chinesa Coronavac registrou uma eficácia de 67% para prevenir casos sintomáticos de coronavírus, e de 80%, para evitar as mortes - aponta o primeiro estudo oficial apresentado pelo governo do Chile, após dois meses de vacinação em massa no país.
"Estes números devem transmitir tranquilidade ao país", afirmou nesta sexta-feira (16/4) o ministro da Saúde, Enrique Paris, ao apresentar os resultados do estudo realizado entre 2 de fevereiro e 1º de abril.
O estudo também mostra uma eficácia de 85% para prevenir uma hospitalização derivada de um caso grave de coronavírus e de 89% para evitar a internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
O Chile é um dos países do mundo com o processo de vacinação mais acelerado. O país já aplicou pelo menos uma dose do imunizante em 7,6 milhões de pessoas. Mais de cinco milhões receberam duas doses.
O objetivo das autoridades é vacinar 80% da população chilena, ou seja, 15,2 milhões de pessoas. Até o momento, 33,7% dos chilenos receberam as duas doses.
Dos vacinados, 90,7% receberam a vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, enquanto pouco mais de 9% receberam a vacina Pfizer/BioNtech.
O processo de vacinação no Chile começou em 24 de dezembro com os profissionais da saúde. No início de fevereiro, a campanha geral teve início, em um primeiro momento com as pessoas de mais de 90 anos e depois com a redução progressiva da faixa etária.
Esta semana estão sendo vacinadas as pessoas com 49 e 48 anos.
- Situação complexa -
O estudo do Ministério da Saúde do Chile considerou uma amostra de 10,5 milhões de pessoas vacinadas, não vacinadas ou parcialmente imunizadas (com apenas uma dose).
É um dos primeiros a serem realizados para a vacina Coronavac a nível de população geral e em um contexto de forte aumento do casos de coronavírus no Chile, com um recorde na semana passada de mais de 9.000 novas infecções diárias.
Uma pessoa é considerada vacinada 14 dias após a aplicação da segunda dose da vacina.
"Todo o processo de vacinação aconteceu em uma situação epidemiológica importante e isso é preciso ser levado em consideração na hora de analisar os resultados", disse o chefe de epidemiologia do Ministério da Saúde do Chile, Rafael Araos.
O profissional lembrou o fato de que nesses dois meses o Chile vacinou a população mais vulnerável à doença, ou seja, os maiores de 60 anos.
"Começamos vacinando a população mais suscetível, portanto, não é justo comparar morbidade de uma pessoa não vacinada de 50 anos com uma pessoa vacinada de 90 anos", acrescentou Araos.