Há mais de 110 anos, um dos utensílios indispensáveis ao combate de doenças com transmissão por vias aéreas, como a covid-19, era criado. O médico epidemiologista chinês-malaio Wu Lien-teh inventou uma cobertura cirúrgica para o rosto que é considerada a precursora da máscara N95.
O médico nasceu em uma família de imigrantes chineses em Penang, na Malásia, em 1879. Ele foi o primeiro aluno de ascendência chinesa a obter o doutorado na Universidade de Cambridge. Após estudos de doutorado, Wu aceitou o cargo de vice-diretor do Imperial Army Medical College da China, em 1908.
Em 1910, o epidemiologista foi nomeado pelo governo chinês a investigar uma doença, que logo acabou sendo identificada como peste pneumônica contagiosa, que se espalhou por transmissão respiratória. Para combatê-la, Wu projetou e produziu a máscara cirúrgica especial feita com algodão e gaze, além de acrescentar algumas camadas de pano para filtrar as inalações.
O médico aconselhou que todos usassem a máscara, além de trabalhar para que postos de quarentena e hospitais fossem criados. Viagens e técnicas de esterilização fortes foram aplicadas, contribuindo para o fim da pandemia em abril de 1911, quatro meses após receber a missão de controlar a propagação da doença.
Wu fundou a Associação Médica Chinesa, a maior e mais antiga organização médica não governamental do país, em 1915. Vinte anos depois, ele foi o primeiro malaio, e a primeira pessoa de ascendência chinesa, a ser indicado ao Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina pelo trabalho de controle da peste pneumônica. Os esforços de Wu ajudaram não apenas a saúde pública da China, como todo o mundo.
Nessa quarta-feira (10/3), foi comemorado o 142º aniversário do médico, que recebeu uma homenagem nos Doodle do Google.