O Instituto Butantan pretende pedir autorização de testes para uma nova candidata à vacina contra covid-19 junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, o pedido deve ocorrer já nesta sexta-feira (26/3). O Instituto quer permissão para começar os ensaios clínicos das fases 1 e 2.
O Butantan já fornece uma vacina contra o covid-19, a Coronavac, que é de origem chinesa (envasadas no Brasil, mas com insumos vindos do país asiático). Atualmente, a Coronovac é o fármaco mais disponível no país contra o vírus da covid-19.
A notícia do novo possível imunizante ocorre em um momento trágico do país: nesta semana, a pandemia bateu a marca de 300 mil mortes no Brasil.
A nova vacina já tem nome: Butanvac. O Butantan desenvolveu a Butanvac com um consórcio entre Vietnã e Tailândia, sendo que a fase 1 de testes já começou neste último país. As fases 1 e 2 avaliam a segurança da vacina (e sua resposta imune) em 1.800 voluntários. Já na fase 3, esse número sobe a 9 mil pessoas tendo estipulada a eficácia do fármaco. A Butanvac já passou pelos testes pré-clínicos com animais.
De acordo com Dimas Covas, Diretor do Instituto Butantan, em entrevista à Folha, é possível que o país tenha — caso a Anvisa aprove a Butanvac — até 40 milhões de doses da nova vacina até o fim de 2021. “É uma segunda geração de vacina contra a Covid-19, então pode haver uma análise mais rápida”, lembrou.
Funcionamento da Butanvac
O novo produto usará um vírus inativado de uma gripe aviária (Newcastle) para funcionar como vetor da proteína S, integral da Sars-CoV-2. Essa proteína é responsável por ligar o vírus às células humanas, mas ao ser inserida no corpo — sem a Sars-CoV-2 — ativa a resposta imune das pessoas. De acordo com Covas, a Butanvac já usará a proteína da variante amazônica da covid-19, a P.1.
Importante lembrar que o vetor da Butanvac é criado por ovos embrionados, que tem maior rapidez de produção (e não necessita de insumos importados).
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