Um grupo de cientistas internacionais descobriu o DNA mais antigo do mundo, com mais de 1 milhão de anos e retirado de dentes de mamutes encontrados na Sibéria, na década de 1970. Os resultados foram apresentados na última edição da revista Nature e só foram obtidos devido a uma análise genética minuciosa dos fósseis, que estavam armazenados no Instituto Geológico da Academia Russa de Ciências.
“Restos fossilizados de mamutes, particularmente os bem preservados, podem lançar uma nova luz sobre como esses animais viveram e morreram. A análise do código genético de uma criatura antiga — recuperando seu DNA e o remontando em um genoma — abre novas possibilidades de pesquisa”, explicou ao jornal The New York Times David Díez-del-Molino, autor do estudo e paleontologista da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca.
As três ossadas analisadas foram batizadas com o nome das regiões em que foram encontradas: Krestovka (1,65 milhão de anos), Adycha (1,34 milhão) e Chukochya (870 mil anos).
Os cientistas mapearam vários pedaços de cadeias genéticas até chegar à idade aproximada dos fósseis. “Todo esse DNA é incrivelmente antigo, as amostras são mil vezes mais velhas que os vestígios dos vikings e a existência de humanos e neandertais”, enfatiza, em comunicado, Love Dalén, professor de genética do Centro de Paleontologia de Estocolmo.
Nova linhagem
A equipe também constatou que os fósseis mais novos, Chukochya e Adycha, eram originários de um dos primeiros mamutes-lanosos conhecidos, e que o Krestovka, o mais velho, pertencia a uma linhagem desconhecida de mamutes, um híbrido entre o mamute-columbiano e o lanoso.
“Foi algo totalmente novo para nós, já que as investigações anteriores indicavam uma única espécie de mamute na Sibéria”, relata, em comunicado, Tom van der Valk, pesquisador da Universidade de Uppsala, na Suécia, e também autor do estudo. As análises mostraram ainda que, com o passar dos anos, os mamutes sofreram algumas adaptações ao ambiente frio, como aumento de pelos e mais depósitos de gordura.