Paleontologistas argentinos identificaram uma nova espécie de rincossauro, um réptil hervíboro que habitou o país sul-americano há 230 milhões de anos, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (12).
Os restos fósseis foram encontrados no Parque Nacional Talampaya, na província de La Rioja, 1,100 km ao noroeste da capital argentina, segundo informou a Agência de Divulgação Científica da Universidade Nacional de La Matanza (CtYs-UNLM).
"Foram encontrados fragmentos do crânio desta nova espécie, incluindo pré-maxilar, maxilar e dentário, parte do sacro, as primeiras vértebras da cauda e parte do quadril", explicou Martín Ezcurra, do Museu Argentino de Ciências Naturais.
"O crânio possui uma dentição muito especializada composta por várias fileiras de dentes, um bico óseso no focinho que poderia ter sido usado para o processamento do alimento antes de ser engolido, diferente do que acontece na grande maioria dos répteis", afirmou.
Esses répteis tinham suas patas para os lados do corpo e a barriga rente ao chão.
A descoberta desta nova espécie "permite observar como ocorreu a transição dos rincossauros que viveram antes do surgimento dos primeiros dinossauros até os rincossauros que chegaram a conviver com esses répteis desde os 233 milhões de anos até serem extintos há cerca de 227 milhões de anos", explicou Ezcurra.
"Esta espécie está intimamente relacionada com espécies do sul do Brasil, da Tanzânia e da Índia", disse o cientista.
A espécie, denominada Elorhynchus carrolli, permite aprofundar o conhecimento sobre a evolução inicial dos rincossauros no noroeste argentino.
O Parque Nacional Talampaya, de cerca de 213.000 hectares, possui grandes locais paleontológicos e foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.