Os desafios impostos ao sistema de saúde pela covid-19 mudaram ao longo desse quase um ano da chegada da doença ao Brasil. Para o médico e pesquisador do Observatório PrEpidemia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Bittencourt, é por isso que os governos precisam agir de maneira rápida e assertiva. “O transporte já era superlotado, não mudou nada, e isso são as veias. São as linhas de transmissão do vírus que passam, principalmente, por aí”, explicou em entrevista ao CB.Saúde — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quinta-feira (4/2).
Segundo ele, garantir que a população tenha acesso a um transporte público sem superlotação é uma das principais medidas que deveriam estar sendo tomadas. “Se o governo for rigoroso em relação a ter um mínimo de contenção da circulação da população no transporte, oferecer mais transporte coletivo para a população não ficar aglomerada seria um bom começo para melhorar o enfrentamento à pandemia", certificou.
De acordo com Bittencourt, que também é doutor em saúde pública e professor da Universidade Católica de Brasília (UCB), é preciso que governo seja rigoroso em todos os quesitos para diminuir a circulação do novo coronavírus. “A principal ação tem que ser de coibir as aglomerações. Não pode ter festa clandestina. Tem que haver um rigor de fiscalização imenso. Ainda mais agora que nós vamos para o carnaval, tivemos festas de fim de ano. Então, o governo tem que usar a lei para impedir aglomerações do tipo das que estão sendo feitas”, cobrou.
Em tom crítico, o médico disse que a restrição no horário de funcionamento dos bares e restaurantes é ‘inócua’ em termos práticos, ainda que seja simbolicamente ‘um absurdo’ a liberação feita pelo GDF por decreto. “Se analisar (a liberação de funcionamento depois das 23h) isoladamente, é um absurdo. Mas se analisar ela dentro desse contexto (de falta de controle sobre a disseminação do vírus), funcionar até 23h e funcionar depois das 23h é uma gota no oceano. Quer dizer, isso não tem impacto nenhum, zero de impacto”, reforçou.
Assista à entrevista completa:
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