Após quatro anos de estudo, cientistas divulgaram nesta segunda-feira (18/01) a detecção de um planeta que pensaram ser impossível existir até então. A pesquisa, divulgada na última edição do Astronomical Journal, pode mudar a forma de compreensão sobre como novos mundos são formados.
Na investigação, foi descoberto que o planeta WASP-107b, conhecido como "superpuff", é muito menos denso do que se pensava ser possível existir. Este planeta foi encontrado em 2017 e tem quase o mesmo tamanho de Júpiter, no entanto é 10 vezes menos denso, o que levou os pesquisadores a compará-lo a um algodão doce. Desta forma, a pesquisa indica que os planetas podem surgir mais facilmente do que se acreditava.
Além do WASP-107b, durante o estudo foi “detectado um segundo planeta mais massivo em uma órbita excêntrica ampla (ec = 0,28 ± 0,07) que pode ter influenciado a migração orbital e o desalinhamento de órbita do WASP-107b”, informa a pesquisa.
Segundo o artigo divulgado, “com uma massa semelhante a Netuno e um raio parecido com Júpiter, WASP-107b apresenta um desafio às teorias de formação de planetas. Enquanto isso, a baixa gravidade da superfície do planeta e o brilho da estrela também o tornam um dos alvos mais favoráveis para a caracterização atmosférica”.
A descoberta pode mudar a forma que a história de formação do sistema solar é interpretada. “Olhando para o futuro, WASP-107b será um planeta fundamental para entender a física da acumulação do envelope de gás”, diz a pesquisa.
O que é um planeta?
Segundo a Nasa, a agência do Governo Federal dos Estados Unidos, responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial, a definição mais recente de planeta foi adotada pela União Astronômica Internacional em 2006. Ela diz que um planeta deve fazer três coisas: “orbitar uma estrela (em nossa vizinhança cósmica, o Sol); ser grande o suficiente para ter gravidade bastante para forçá-lo a ter uma forma esférica; e, deve ser grande o suficiente para que sua gravidade elimine quaisquer outros objetos de tamanho semelhante perto de sua órbita ao redor da estrela”.
Apesar desta definição, a agência espacial afirma que debates sobre o assunto “continuarão enquanto nossa visão do cosmos continua a se expandir”.