Tubo de ensaio Fatos científicos da semana


Segunda-feira, 11
Primeira observação de uma galáxia distante “morrendo”
Astrônomos observaram, pela primeira vez, uma galáxia distante “morrendo”, após perder aproximadamente metade do gás usado para formar estrelas. De acordo com dados coletados pelo telescópio Alma do Observatório Europeu Austral (ESO), no Chile, o fenômeno, geralmente atribuído ao efeito de um buraco negro, é o resultado, no caso específico, da colisão dessa galáxia com outra. De tão distante, a luz de ID2299 levou 9 bilhões de anos para chegar até a Terra. “A galáxia está passando por um fenômeno bastante extremo, nunca observado a tal distância”, disse Emanuele Daddi, coautor do estudo publicado na Nature Astronomy e conduzido por Annagrazia Puglizi, da universidade britânica de Durham. Segundo Daddi, astrofísico do Centro de Pesquisa Nuclear de Saclay, ela “está expelindo mais da metade de seu gás, seu combustível para a formação de estrelas”, a um ritmo fenomenal. Nessas condições, a galáxia deve se tornar estéril em algumas dezenas de milhões de anos, quase nada na escala cósmica.

 

Terça-feira, 12
Recorde na temperatura da superfície dos oceanos
Estudo realizado por um consórcio internacional de cientistas constatou um recorde na temperatura dos oceanos, no ano passado, a despeito da queda nas emissões globais de carbono decorrente da pandemia da covid-19. A situação, destaca a pesquisa publicada na revista Advances in Atmospheric Sciences, pode causar danos a todo o planeta. “Mais de 90% do excesso de calor devido ao aquecimento global é absorvido pelos oceanos. Então, o aquecimento dos mares é um indicador direto do aquecimento global de longo prazo”, destaca Lijing Cheng, principal autor do trabalho, que reuniu 20 cientistas de 13 institutos internacionais. Para chegar aos resultados, os especialistas calcularam a temperatura das águas e sua salinidade até 2 mil metros de profundidade, valendo-se de informações disponíveis do Banco de Dados Mundial dos Oceanos. A conclusão foi a de que a superfície dos mares absorveu 20 zettajoules a mais de calor em 2020 do que no ano anterior.

 

Quarta-feira, 13
Robô chinês faz teste da covid-19
A cidade de Shenyang, no nordeste da China, usou pela primeira vez um robô para realizar testes de covid-19, como parte de uma campanha de detecção massiva após o registro de alguns novos casos. Instalada em um jardim de infância, a máquina, controlada remotamente por um operador, raspa delicadamente a garganta dos pacientes com um cotonete. Os criadores destacam duas vantagens do robô: ele reduz o risco de contágio por profissionais de saúde e possui alta precisão de movimentos. Muitos moradores de Shenyang fizeram fila para o teste. “Diga aaah!”, pede uma voz feminina pré-gravada ao paciente. O robô, então, direciona o cotonete à garganta da pessoa. A distância, um operador, vestido com traje de proteção completo, controla tudo, remotamente, por meio de uma câmera instalada no braço robótico.

 

Quinta-feira, 14
Na Indonésia, a mais antiga pintura rupestre
Um grupo de arqueólogos localizou, em uma caverna da Indonésia, a pintura rupestre mais antiga conhecida no mundo até agora. Trata-se de uma imagem em tamanho real de um javali que foi feita pelo menos 45,5 mil anos atrás. A descoberta, descrita na revista Science Advances, representa a evidência mais remota de assentamento humano na região. Segundo Maxime Aubert, da Universidade Griffith da Austrália, a obra foi encontrada pelo doutorando Basran Burhan na caverna Leang Tedongnge, na ilha de Celebes, em 2017, quando uma equipe estava conduzindo explorações com autoridades indonésias. Medindo 136cm de comprimento e 54cm de altura, o javali verrugoso de Celebes foi pintado com pigmento ocre escuro e tem uma pequena crista de pelos, além de um par de verrugas faciais em forma de chifre, característica dos machos adultos da espécie. A pintura rupestre que detinha o título de mais antiga, representando uma caçada, foi encontrada pela mesma equipe, na mesma ilha.

 

Sexta-feira, 15
Transplante inédito na França
Por meio de um comunicado, médicos de Lyon, na França, anunciaram a realização de uma cirurgia inédita no mundo. Um islandês tornou-se, na quarta-feira, o primeiro paciente a receber um transplante de dois ombros e dois braços. Realizada no Hospital Edouard Herriot, a “operação bilateral de braços e ombros” durou 15 horas e exigiu a mobilização de várias equipes médicas e de saúde pública e privada do território. “Pelo o que sabemos, se trata de algo inédito no mundo, já que as operações anteriores de braços não incluíam os ombros”, destacou um representante dos Hospitais Civis de Lyon (HCL). De acordo com a imprensa francesa, o paciente, de 48 anos, teve os dois braços amputados aos 26 anos, após ser eletrocutado. O primeiro transplante de ambos os braços, no mundo, aconteceu em julho de 2008, na Alemanha. O paciente era um agricultor amputado como consequência de um acidente de trabalho.