O governo chinês anunciou nesta quinta-feira (31) que aprovou, "com condições", a comercialização de uma primeira vacina contra o coronavírus, embora tenha informado que cerca de cinco milhões de pessoas de risco já receberam algum tipo de imunização.
Produzida pela Sinopharm com o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, esta primeira vacina tem eficácia de 79%, indicou o grupo farmacêutico na quarta-feira (30).
Com estes resultados, a "Administração Nacional de Produtos Médicos aprovou em 30 de dezembro (...) o pedido de registro da vacina inativada Sinopharm (...) em caráter condicional", disse um alto funcionário desta agência, Chen Shifei, acrescentando que o laboratório deve continuar os testes clínicos.
Esse tipo de comercialização condicional permite oferecer a vacina ao público quando as análises dos testes clínicos ainda não estiverem concluídas, mas indicarem que o produto é eficaz.
Na mesma entrevista coletiva, o vice-ministro da Saúde, Zeng Yixin, informou que a autorização para comercializá-la permite generalizar a vacinação dos grupos de risco, como idosos e portadores de doenças crônicas.
"A terceira etapa será vacinar toda população", afirmou.
Segundo ele, será necessária uma vacinação "de 60% a 70%" do total de 1,4 bilhão de chineses para garantir "a proteção de toda população" do país. O vice-ministro garantiu que a vacina será "gratuita para todos".
Vanguarda mundial
As autoridades não divulgaram dados sobre a capacidade de produção chinesa, limitando-se a indicar que a vacinação será opcional.
País onde o coronavírus surgiu, no final de 2019, a China tenta estar na vanguarda mundial da elaboração de uma vacina. No total, o país está realizando testes clínicos de 14 potenciais vacinas - cinco em fase final de testes (fase 3) -, incluindo a que acaba de receber sinal verde.
O presidente Xi Jinping prometeu tornar as vacinas chinesas um "bem público global". O país já começou a entregar doses para países como Indonésia, ou Emirados Árabes Unidos.
Na China, Zeng informou que três milhões de pessoas em risco foram vacinadas desde 15 de dezembro, sem especificar quais vacinas foram utilizadas.
Apenas algumas reações alérgicas leves foram registradas, motivo pelo qual as autoridades considerem que as vacinas possam ser generalizadas, completou.
Pequim, que praticamente erradicou a epidemia de seu território, fez vacinações de emergência no último verão, em particular no pessoal médico, ou em estudantes e diplomatas que precisavam viajar para o exterior.
A taxa de eficácia da vacina da Sinopharm é inferior ao índice reivindicado pelos concorrentes Pfizer/BioNTech (95%) e Moderna (94,1%).