Pandemia

Vacina da Pfizer é inviável para o Brasil, aponta epidemiologista

Em entrevista ao CB.Saúde, Wildo Navegantes explicou que exigência de baixíssimas temperaturas faz com que substância não seja a ideal para as condições do país

Correio Braziliense
postado em 03/12/2020 17:48
Para epidemiologista, o caminho mais eficiente é apostar em alternativas que estejam mais adequadas à tecnologia de refrigeração já existente no Brasil -  (crédito:  Ana Rayssa/CB/DA.Press)
Para epidemiologista, o caminho mais eficiente é apostar em alternativas que estejam mais adequadas à tecnologia de refrigeração já existente no Brasil - (crédito: Ana Rayssa/CB/DA.Press)

A corrida para uma vacina eficaz contra a covid-19 produziu muitas candidatas. A mais adiantada delas é a vendida pelo laboratório estadunidense Pfizer em parceria com o alemão Biontec. O Reino Unido, por exemplo, já autorizou que o imunizante possa ser aplicado na população em caráter emergencial. Apesar disso, especialistas apontam que essa primeira substância pode ter que ficar fora do calendário de vacinação brasileiro.

Em entrevista ao CB.Saúde — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quinta-feira (3/12), o epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Wildo Navegantes deu argumentos que corroboram para essa tese, sobretudo pelo problema logístico gerado pela necessidade de manter o material a uma temperatura menor que -70°C.

“[A temperatura é] muito baixa, muito mais baixa que os freezers de casa. Então, a gente não tem como viabilizar isso na magnitude, no tamanho do Brasil, em pouco tempo. Se a gente tivesse que comprar, a gente com certeza não teria capacidade de trazer esses freezers para cá”, destacou.

O professor continuou informando que se trata de uma incompatibilidade tecnológica. “São freezers que a gente não dispõe em grande quantidade e qualidade no Brasil. [Mesmo] nas grandes cidades, nós temos muito poucos em relação à demanda, para quanto precisaria guardar para poder distribuir nas salas de vacina”, ressaltou.

De acordo com Navegantes, a solução mais eficaz é dar preferência às alternativas de imunizantes que se adequam melhor às condições locais. “Eu diria que os nossos alvos principais são as vacinas que se adaptam à rede de frios mais adequadas à nossa realidade, ou seja, geladeiras que mantêm a temperatura baixa, mas não tão baixa quanto a que está sendo lançada agora na Europa”, explicou.

Assista à entrevista completa:

 

Ouça também em formato de podcast:

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação