A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford provoca uma resposta imune entre os idosos, especialmente vulneráveis ao vírus, segundo dados publicados nesta quinta-feira (19/11) que confirmam o adiantado em outubro.
Esses resultados intermediários correspondem, no entanto, a uma fase de desenvolvimento menos avançada (chamada fase 2) do que os anunciados nesses últimos dias pelos laboratórios BioNTech/Pfizer e Moderna.
Estes últimos afirmaram que sua vacina é 95% e 94,5% eficaz, respectivamente, baseando-se em resultados da terceira e última fase de seus ensaios clínicos.
As conclusões da fase 2 do projeto da AstraZeneca e Oxford foram publicados nesta quinta-feira pela revista médica The Lancet.
A vacina provoca entre as pessoas maiores de 56 anos uma resposta imune idêntica a dos mais jovens (18-55 anos).
Como lembra The Lancet, "os mais velhos têm um risco mais alto de desenvolver uma forma grave da covid-19 e é portanto essencial que uma vacina destinada a combater essa doença seja eficaz para este grupo da população".
"A resposta imune das vacinas é geralmente menos forte entre os mais velhos, já que o sistema imunológico enfraquece gradualmente com o tempo", explica o doutor Andrew Pollard, um dos responsáveis pelo ensaio da Universidade de Oxford.
No entanto, os pesquisadores admitem que seu estudo tem limitações, já que a idade média do grupo de participantes mais velhos foi de 73-74 anos e poucos tinham problemas de saúde.
"Portanto, podem não ser representativos do conjunto da população mais idosa, como os que vivem em asilos ou têm mais de 80 anos", apontou a revista The Lancet.
Os resultados deverão ser "confirmados com uma amostra maior de voluntários, incluindo pessoas idosas com problemas de saúde". Este é o objetivo do ensaio de fase 3, já em andamento, com milhares de pessoas.
A fase 2 contou com 560 participantes (160 de 18-55 anos, 160 de 56-59 anos e 240 de mais de 70).
Por sua vez, a aliança Pfizer/BioNTech afirmou na quarta-feira que sua própria vacina é eficaz entre os maiores de 65 anos, segundo os resultados da fase três, o que ainda deve ser confirmado por sua publicação em uma revista científica.
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