SAÚDE

Covid-19: Rússia pede aval da OMS para sua vacina, a Sputinik V

A OMS não informou um prazo para a divulgação dos resultados relacionados à avaliação, ressaltando que o processo é confidencial

O governo da Rússia pediu que a Organização Mundial de Saúde (OMS) autorize o uso emergencial da vacina Sputnik V. A agência das Nações Unidas usa uma série de critérios para avaliar os possíveis imunizantes para a covid-19, entre eles, um número expressivo de participantes e a geração de atividade imune robusta nos testes. Desde que foi apresentada, no início de agosto, a pesquisa russa recebeu uma série de críticas, devido à falta de transparência nos dados e da fase final de avaliação, que engloba um número maior de voluntários.

“No atual contexto de pandemia, o registro acelerado da vacina segundo o procedimento (da OMS) tornará a vacina russa acessível a todos em um período mais curto que as convencionais”, informaram as autoridades russas em um comunicado. “Se a vacina for pré-selecionada, pode ser incluída na lista de medicamentos usados por (...) países em suas compras no atacado”, acrescentou a nota de Moscou.

A OMS não informou um prazo para a divulgação dos resultados relacionados à avaliação, ressaltando que o processo é confidencial, o que vale também para a análise de medicamentos para covid-19. No mês passado, a China informou que o imunizante desenvolvido no país recebeu o aval da agência da ONU para ser usado emergencialmente.

As autoridades russas também anunciaram, ontem, que estão reforçando as medidas contra o coronavírus no país, determinando, por exemplo, o uso obrigatório de máscaras em locais públicos. As saídas noturnas foram limitadas. Entre 23h e 6h, eventos públicos serão proibidos e restaurantes ficarão fechados.

As novas medidas, que entram em vigor hoje, foram baixadas em meio a um forte aumento de novos casos diários de infecções pelo novo coronavírus no país. Ontem, as autoridades anunciaram 320 mortes num intervalo de 24 horas, um recorde. O número de novas infecções atingiu 16.550. A Rússia é o quarto país mais afetado pela pandemia, com cerca de de 1,5 milhão de casos e mais de 26.500 óbitos. Moscou afirma que a situação está sob controle.