O diagnóstico do câncer de mama ainda nos estágios iniciais segue como uma das ferramentas mais importantes na luta contra a doença. Segundo o oncologista e mastologista Gustavo Gouveia, do Instituto do Câncer de Brasília, são esperados cerca de 66 mil novos casos por ano no país e 730 no Distrito Federal.
"A gente divide o câncer de mama segundo a gravidade em estágio de um a quatro, grosso modo. No estágio um, índices de cura, de fato, são próximos (a 95%). No estágio quatro a gente já lida com uma doença potencialmente incurável", detalhou o médico em entrevista ao programa CB Saúde — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quarta-feira (14/10).
Segundo ele, a detecção precoce da doença também influencia no tipo de tratamento que a paciente vai receber. "O tratamento inicial do câncer de mama é quase sempre cirúrgico. Um câncer de mama no estágio 1, no estágio 2, quase sempre a cirurgia vem primeiro. Cânceres de mama um pouco mais avançados, aqueles maiores, a gente têm a opção de fazer a quimioterapia antes da cirurgia com o intuito de reduzir ao máximo o volume tumoral e fazer uma cirurgia mais econômica para a paciente", detalhou.
O médico lembrou que, caso necessário, existem opções complementares que auxiliam o corpo a eliminar as células defeituosas. "Eventualmente, a gente pode associar também ao tratamento cirúrgico e quimioterápico a radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia, dependendo do caso", lembrou.
Pós-câncer
Gouveia falou também sobre a vida depois de passar pela doença. Para o médico, o retorno à normalidade pode se complicar, especialmente porque os pacientes acabam ficando com medo do retorno dos tumores. “O câncer é sempre uma experiência traumática como toda doença grave é. A gente fala muito de câncer, mas uma cirurgia cardíaca é uma experiência traumática também. Todos os pacientes que passam por essas experiências ficam um pouco ressabiados, um pouco inseguros com o que o futuro reserva”, comentou.
Entretanto, investir em qualidade de vida e buscar atividades prazerosas pode ser o melhor tratamento para essa segunda fase. “Mas o mais importante, eu penso, é as pessoas investirem na sua qualidade de vida, no que gostam de fazer. (...) O diagnóstico precoce da volta da doença não muda o tratamento e não muda o resultado do tratamento. Então, o mais importante, eu insisto um pouco nisso, é a gente procurar viver bem depois de passar por essa experiência e fazer os exames com a periodicidade recomendada. Mas tentar evitar exames desnecessários”, apela para que os pacientes não fiquem ansiosos com consultas e exames que vão além daqueles recomendados pelo especialista que acompanhou o caso.
Confira a entrevista completa:
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