Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciaram nesta segunda-feira (5/10) os ensaios clínicos de eficácia da vacina BCG — que previne a tuberculose — contra a covid-19. Serão aplicadas doses em mil profissionais da saúde, que vão ser acompanhados para a coleta de dados para a pesquisa.
Os hospitais que vão conduzir o trabalho são: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran, em São Paulo.
Em nota à Agência Brasil, Fernanda Mello, coordenadora da pesquisa e professora de tisiologia e pneumologia do Instituto de Doenças do Tórax da UFRJ, explicou que os estudos pretendem avaliar se a vacina ajuda na prevenção da infecção e na diminuição de ocorrências graves ocasionadas pelo Sars-Cov-2.
Hipótese do estudo
A investigação para verificar a eficácia da BCG partiu do indicativo de que países que mantêm o uso do imunizante tiveram menor incidência de covid-19 na comparação com países que suspenderam o uso universal, como a Itália, Espanha e Estados Unidos.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que também está fazendo um estudo semelhante, pesquisadores australianos verificaram a eficácia da BCG contra outras doenças respiratórias virais.
A BCG faz parte do calendário nacional de vacinação brasileiro desde 1976 e é obrigatória para crianças de até 4 anos. Este ano, no Brasil, internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARG) estão baixas entre crianças e adolescentes, até 19 anos, e têm maior incidência na faixa superior a 40 anos, principalmente acima de 60 anos, mesma população que não foi vacinada com a BCG quando criança, de acordo com dados do Sistema Infogripe.
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão
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