Há pouco mais de dois anos, Tahlequah comoveu o mundo. A orca deu à luz em 24 de julho, mas o filhote viveu por apenas algumas horas. Desolada, a fêmea, também identificada como J35 pelos biólogos que monitoram seu grupo, começou a levar o corpo inerte para a superfície e a carregá-lo por onde ia. Foram 17 dias nadando com a cria morta, até finalmente deixá-la para trás.
Agora, o Centro para Pesquisas das Baleias (CWR, na sigla em inglês), traz uma belíssima notícia. Tahlequah se tornou mãe novamente, e tudo indica que, desta vez, de um filhote saudável, identificado como J57. Um comunicado no site da entidade ambientalista, que monitora as baleias no Oceano Pacífico, diz que notou, no último dia 6, que a orca estava com um novo filhote.
"O novo filhote de J35 apareceu saudável, nadando vigorosamente ao lado da mãe. Sabemos que não nasceu hoje porque sua barbatana dorsal está ereta, e sabemos que isso leva um dois dias para acontecer após deixar o útero. Então, estimamos o nascimento em 4 de setembro", informou a organização, que também divulgou fotos da mãe e seu filhote (veja galeria abaixo).
Luto consciente
Em 2018, quando Tahlequah nadou por mais de duas semanas com o filhote morto, Ken Balcomb, fundador do CWR, afirmou que tanto a mãe quanto o resto das orcas da família sabiam o que se passava e que o processo todo era uma forma de o grupo vivenciar o luto.
Os cientistas, no entanto, estavam preocupados que J35 pudesse ficar doente por carregar o corpo do filhote, gastando energia e se alimentando mal nesse tempo. A nova gestação bem-sucedida comprova que o temor não se concretizou.
Tahlequah e sua família são parte da comunidade de orcas que vive na porção nordeste do Oceano Pacífico, entre a costa americana e canadense. O grupo, no entanto, está sob risco de extinção, já que a pesca predatória e o alto trânsito marítimo na área têm feito a população declinar de forma dramática.
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