HISTÓRIA E SOCIEDADE

Maratona Brasília: vencedores dos 21km têm relação de décadas com a corrida

Rosielen Xavier e Gil Paulo calçaram os tênis para correr pela primeira vez há mais de 20 anos. Trajetórias começaram por motivos diferentes

Rosielen Xavier e Gil Paulo na Maratona Brasília 2025 -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A. Press e Luís Nova/CB/D.A. Press)
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Rosielen Xavier e Gil Paulo na Maratona Brasília 2025 - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A. Press e Luís Nova/CB/D.A. Press)

O cansaço no olhar e a tremulação nas pernas não foram fortes o suficiente para esconder o semblante de satisfação. Primeiros colocados nas provas de 21km entre homens e mulheres da Maratona Brasília realizada nesta segunda-feira (21/4) no aniversário de 65 anos da cidade, com apoio do Correio Braziliense, Rosielen Xavier, 42 anos, e Gil Paulo, 38, cruzaram a linha de chegada com uma característica em comum: a tranquilidade.

Natural de Planaltina, Rosielen corre há mais de 20 anos. Acostumada, no presente, a acumular medalhas com corridas pelo Brasil e pelo mundo, começou aos 21 anos através do incentivo do tio. Junto dele, correu pela primeira vez ao fazer parte da Corrida do Carteiro. A partir daí, não parou mais. “Já corri em diversos lugares. Já representei o Brasil no exterior, como na Espanha, por exemplo. É uma paixão, não largo por nada”, se orgulha.

Satisfeita pela estratégia adotada para vencer a prova da meia-maratona, a também motorista de ônibus relata estar se planejando para alçar voos mais altos. Apesar disso, critica o cenário do esporte na capital federal. Para ela, existem questões a serem melhoradas. “Minha prova ideal é a de 21km. Só corri a de 42km três vezes” explica.

“Quero ter ainda mais sucesso, mas é complicado. Brasília é o pior lugar para atleta profissional. Não tem patrocínio. Além disso, as premiações são muito baixas. Os gastos são muito altos, e uma coisa não acompanha a outra, infelizmente”, desabafou.

Do futebol para a corrida

Bicampeão da prova, o garçom Gil Paulo é outro com relação longínqua com a corrida. Os tênis próprios para a modalidade são calçados há 20 anos. A trajetória, no entanto, começou com o futebol. “Eu gostava muito de jogar bola. Mas comecei a perceber que grande parte desse gosto vinha dos momentos de corrida. Aí, passei a investir nisso”, relembra.

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Apesar de já ter participado de disputas nos 42km, o garçom destaca que também tem forte gosto pela meia-maratona. De acordo com ele, a estratégia adotada fez efeito. “Mantive um ritmo sempre constante. Foi um pouco difícil no momento da corrida, mas consegui me manter firme. Sou muito grato à Deus. Pude ver que o esforço valeu a pena”, celebrou.

Ambos os vencedores garantiram uma premiação de R$ 1 mil reais. O percurso dos 21km passou por diversos pontos da capital. Depois de começar ao lado do Museu Nacional, passou ao lado do congresso e seguiu rumo à Ponte JK. Em seguida, deu a volta e foi completo no sentido contrário, mais uma vez ao lado do Museu. No total, as provas de 3km, 5km, 10km, 21km e 42km, além dos Desafios JK (21km + 21km) e BSB (21km + 42km), reuniram 6 mil atletas na capital do país.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

postado em 21/04/2025 10:48 / atualizado em 21/04/2025 10:53