
O bancário Daniel Henrique da Silva, que atropelou e matou a diarista Maria Núbia dos Santos Silva na última terça-feira, se entregou à polícia ontem. O autor, que teria ingerido bebida alcoólica enquanto dirigia, estava foragido desde o atropelamento, que aconteceu no Noroeste. Acompanhado de seus advogados, ele se apresentou à 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, onde foi cumprido o mandado de prisão preventiva.
Em interrogatório, Daniel preferiu se manter calado, valendo-se de direito constitucional. O bancário ficará na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) e deve ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda após o feriado.

"Inicialmente, colhemos todas as provas para comprovar a autoria. Fornecemos ao juiz, que emitiu o mandado de prisão preventiva", disse o delegado-chefe da 2ª DP, Paulo Noritika. "Como ser humano, o descaso demonstrado pelo autor com a vida alheia causou uma grande comoção social. Ele não demonstra arrependimento após o fato, apenas olha e se afasta. Não chama socorro e nem as autoridades", completou.
Daniel responderá por homicídio qualificado, ou seja, o crime cometido teve circunstâncias que aumentam a pena, como omissão de socorro. A pena pode variar de 12 a 30 anos. Além de Daniel, a polícia interrogou três pessoas que teriam ajudado o autor a se esconder. Elas podem responder pelo crime de favorecimento pessoal, que é quando alguém auxilia um criminoso a escapar da ação da Justiça, seja escondendo, ajudando a fugir, ou de qualquer outra forma. A pena é de detenção de um a seis meses.
O caso
Segundo a polícia, na última terça-feira, após ter ingerido bebida alcoólica, Daniel retornava dirigindo de um bar no Setor Hoteleiro Sul, onde teria permanecido das 21h às 4h. Na altura do Parque Burle Marx, no Noroeste, o veículo se chocou com uma motocicleta, conduzida pela diarista Maria Núbia dos Santos Silva, que morreu na hora. Maria era moradora de Águas Lindas de Goiás e estava chegando ao trabalho quando foi atingida pelo carro. A mulher apresentava múltiplas fraturas e traumatismo craniano gravíssimo, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. O óbito foi declarado no local por um médico do SAMU.
Daniel fugiu sem prestar socorro, mas teve a imagem registrada por câmeras de segurança próximas ao local do crime. Na última sexta-feira, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou a imagem do autor e pediu ajuda à população para descobrir o paradeiro dele.
O Correio entrou em contato com os responsáveis pela defesa de Daniel Henrique da Silva, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.