
Morreu, na madrugada desta sexta-feira (4/4), aos 72 anos, o publicitário e economista Mauricio de Castilho Dinepi, condômino dos Diários Associados. O comunicador foi encontrado pela família após sofrer um infarto enquanto dormia, em casa, no Rio de Janeiro.
Nascido no Rio em 1951, completaria, em setembro, 73 anos de vida, dos quais mais de 50 foram dedicados ao conglomerado de mídia: iniciou carreira na publicidade da extinta TV Tupi e seguiu no departamento comercial da revista O Cruzeiro.
Em abril de 1975, à época ainda funcionário do grupo na capital fluminense, Maurício pisou pela primeira vez no Correio Braziliense — onde, em novembro do mesmo ano, começaria a trabalhar oficialmente.
Em Brasília, cidade pela qual se apaixonou, foi gerente e diretor comercial do jornal e diretor de relações institucionais dos Diários Associados.
Emocionado e chocado com a notícia repentina, o presidente do conglomerado, Josemar Gimenez, afirma que “Mauricio era uma elegância em pessoa”, além de “um companheiro, um sócio de extrema confiança e leal”. No que diz respeito ao trabalho, “contribuiu muito para o relacionamento institucional do grupo, de uma forma geral”, em âmbitos políticos, jurídicos e sociais.
“Os Associados sem o Mauricio perdem um elo de ligação muito grande das empresas com a sociedade de modo geral, especialmente no Rio de Janeiro”, lamenta. “Todo o legado que se tem no Rio hoje deve-se muito ao que ele construiu e empreendeu aqui.”
O presidente do Correio, Guilherme Machado, afirma que a morte do condômino, “figura de destaque nas áreas comercial e empresarial”, abala todo o grupo. “Perdemos um grande companheiro e amigo. Ficamos com um vazio nos Diários Associados", enfatiza.
À reportagem, o diretor administrativo-financeiro da Rádio Tupi, Cleisson Nunes Barbosa, conta que a amizade com o carioca vinha de longa data. “Eu o conheço desde quando entrou no Correio Braziliense, e há 10 anos vim trabalhar no Rio também com ele.”
Por volta daquela época, Dinepi era presidente regional dos Diários Associados no Rio de Janeiro. Depois, foi presidente do Jornal do Commercio. Há cerca de nove anos, porém, conforme conta Cleisson, deixou a direção da empresa para se dedicar apenas ao condomínio.
“A gente sempre se encontrava e tinha bom relacionamento”, relembra. “Sempre o tive como bom amigo, ele demonstrava isso também, se preocupava. Sempre estávamos nos encontrando, uma vez por mês, para colocar o papo em dia, sem falar de empresa.”
Cleisson lamenta a morte do colega e diz que Mauricio era fonte de só coisas boas: “Era aquele cara que você considera mesmo, como se fosse um irmão”.
“Maurício era um amigo muito solidário, um ser extraordinário”, complementa Francisco Caputo, que trabalhou com o publicitário por mais de 30 anos. “Acho que a maior característica dele era que ele prezava muito as amizades, não media esforços para atender os amigos. O cuidado que ele tinha com os amigos era algo exemplar.”
Conselheiro dos Diários Associados, Francisco destaca que a perda de Dinepi para o grupo é imensurável. “Ele tinha um apreço enorme pelo que fazia, vai fazer muita falta”, enfatiza. “Era um profissional muito exigente, mas extremamente colaborativo. Te ajudava a alcançar suas metas, a ter um resultado positivo no trabalho.”
Memórias
A colunista do Correio Liana Sabo, com quem o condômino trabalhou lado a lado, também o define como “um amigo muito querido, gentil, atencioso e muito fiel” e afirma estar desolada com a partida dele.
“Duas áreas de interesse compartilhávamos: a arte e a gastronomia”, conta. “Ele gostava de pintura, tendo sido colecionador de importantes obras. Também gostava da boa mesa e me ajudou muito, com informações sobre restaurantes e chefs, a desempenhar minhas funções no jornalismo gastronômico que estava começando a existir no Correio Braziliense.”
“O Mauricio Dinepi foi uma das pessoas mais admiráveis que conheci”, relata ao Correio o secretário de Comunicação do Distrito Federal, Weligton Moraes. “Inteligente e profissional da maior qualidade, com uma capacidade de relacionamento, principalmente como diretor comercial do Correio Braziliense, sem igual. Tinha uma capacidade de persuasão com um potencial irresistível. E constatei isso por inúmeras vezes como secretário de Comunicação no primeiro governo Roriz. Fará muita falta para os Associados e deixará muitas saudades aos amigos como eu. Que o bom Deus o receba de braços abertos.”
Dinepi será cremado, como sempre quis, no Rio de Janeiro, onde nasceu e viveu os últimos anos de vida. Ele deixa dois filhos e duas netas.