Faixa de pedestre

28 anos de respeito à vida: como Brasília virou referência para o Brasil

Desde 1º de abril de 1997, o ato de fazer o sinal de vida, aguardar os carros pararem e atravessar a rua virou tradição entre os pedestres e condutores da capital

O Correio protagonizou a campanha Paz no Trânsito, contribuindo ativamente para a travessia segura  -  (crédito: Minervino Júnior)
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O Correio protagonizou a campanha Paz no Trânsito, contribuindo ativamente para a travessia segura - (crédito: Minervino Júnior)

O respeito à faixa de pedestre — símbolo de segurança pública, acessibilidade e de prioridade ao cidadão — completa nesta terça-feira 28 anos no Distrito Federal. Desde 1º de abril de 1997, o ato de fazer o sinal de vida, aguardar os carros pararem e atravessar a rua virou tradição entre os pedestres e condutores da capital. No ano anterior à criação da "zebra", o Correio protagonizou a campanha Paz no Trânsito, contribuindo ativamente para a travessia segura. 

David Duarte Lima, presidente do Instituto de Segurança no Trânsito (IST), participou da reunião do Fórum pela Paz no Trânsito, em 1996, que aprovou a ideia do coronel Renato Azevedo. Ele se lembra do impacto imediato da implementação da faixa de pedestre. "Durante o primeiro ano de vigência, o número de atropelamentos caiu 39%", afirmou. "O respeito ao pedestre era uma mentira", disse Lima, se referindo à data escolhida pelo coronel Azevedo para a criação da faixa: 1º de abril. 

No ano passado, o Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) registrou 7.895 autuações de motoristas que desrespeitaram a faixa. O presidente do IST lembrou da importância de dar o sinal de vida na faixa, mesmo que não seja obrigatório. "No início, eu era cético em relação ao sinal de vida. Depois, entendi a importância de fazer esse gesto, porque estabelece um contato visual entre o condutor e o pedestre, garantindo a travessia segura do pedestre", completou.

Conscientização

O motorista que desrespeita o pedestre, deixando de dar preferência à passagem, comete infração grave, com multa de R$ 293,47 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação, conforme o artigo 14 do Código de Trânsito Brasileiro. O doutor em transporte pela Universidade de Brasília (UnB) Artur Morais ressaltou que, além das punições, a conscientização da população é fundamental.

"Para aumentar o respeito à faixa, é necessário que haja mais campanhas educativas que mostrem a importância dela. Além disso, é preciso uma fiscalização intensiva nos locais onde existem faixas e reforçar para as pessoas que elas precisam esperar o carro parar antes de fazer a travessia, pois o motorista pode estar desatento e não parar", enfatizou. Existem 4.484 faixas de pedestres na capital.

 *Estagiários sob a supervisão de Eduardo Pinho

 

 

postado em 01/04/2025 04:00