CEILÂNDIA 54 ANOS

Mãe e filha que lutam juntas para levar Ceilândia aos pódios do karatê

As atletas Katlen Lopes e Sophia, mãe e filha que lutam juntas para levar Ceilândia aos pódios internacionais, destacam o carinho que têm pela cidade e por suas origens

Katlen com a filha Sophia: paixão por Ceilândia e pelo karatê -  (crédito: Luis Nova/CB/D.A Press)
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Katlen com a filha Sophia: paixão por Ceilândia e pelo karatê - (crédito: Luis Nova/CB/D.A Press)

Ceilândia é um celeiro de talentos culturais, musicais e esportivos, como Katlen Santos, 38 anos, e Sophia Lopes, 18. Mãe e filha, elas carregam no peito não apenas a paixão pelo karatê, mas o orgulho de representar a cidade onde nasceram e cresceram. Com títulos nacionais e internacionais, as duas fazem dos tatames ceilandenses o grande palco de preparação para suas conquistas.

No esporte, a trajetória no karatê começou com Sophia, ainda em 2019. Na época, o objetivo era apenas praticar uma atividade física, mas o esporte logo se tornou parte essencial da sua vida. Com talento e disciplina, ela não demorou a se destacar. Vieram os títulos regionais, estaduais e nacionais, até que, em 2024, ela conquistou o mais importante de sua carreira: campeã mundial. O campeonato ocorreu na Ilha de Malta, na Europa.  

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Mas Sophia não subiu sozinha ao pódio. Inspirada pela filha, Katlen decidiu vestir o quimono e entrar no tatame em 2023. "Foi amor à primeira vista, a melhor escolha que eu poderia ter feito. O karatê se tornou um divisor de águas no nosso relacionamento de mãe e filha, e na coleção das nossas memórias afetivas", conta Katlen. Em pouco tempo, ela também começou a brilhar nas competições, conquistando medalhas em campeonatos nacionais e um bronze no Mundial. Hoje, são mais de 30 medalhas e 10 troféus em sua trajetória.

No entanto, a relação de Katlen e Sophia com Ceilândia vai muito além das competições. A cidade sempre foi o lar das duas lutadoras, que contam as lembranças da infância cheias de carinho e nostalgia. "A minha primeira memória daqui são as apresentações de quadrilha na Praça do Cidadão. Falar disso me lembra de  um período muito feliz para a minha família. Era o momento de torcer pelas quadrilhas da cidade, provar comidas típicas, dançar e encontrar amigos", conta Katlen.  

Sophia também carrega com afeto os momentos vividos em Ceilândia. "Eu morava em uma chácara perto da Feira do Produtor, e era muito bom, porque eu tinha espaço para brincar. No calor, eu e meus primos tomávamos banho no rio aqui próximo e gostávamos de subir em árvores", lembra.  

Formação

Mesmo com as mudanças ao longo dos anos, Ceilândia continua sendo parte essencial da história das duas. Katlen estudou em escolas públicas, como no colégio rural de Ceilândia, Escola Classe 40, CEF 19 e CEM 04 e hoje atua como professora na cidade. "É muito gratificante saber que, depois de crescer e estudar aqui, hoje eu posso contribuir na formação de novos cidadãos", diz.  

A dupla campeã também acredita no potencial de Ceilândia para o futuro. "Vejo essa cidade daqui a 20 anos como um lugar mais desenvolvido, com mais infraestrutura para atender a população com saúde, educação, segurança e lazer plenamente", projeta Katlen. Já Sophia, sonha com mais espaços verdes e locais dedicados à cultura e ao esporte.

Hoje, Katlen e Sophia não são apenas atletas premiadas, mas símbolos de determinação, amor e orgulho por Ceilândia. Entre treinos e competições, elas seguem carregando no peito o nome da cidade que tanto amam e inspiram novas gerações a sonhar, seja dentro ou fora dos tatames.

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Correio Braziliense
postado em 27/03/2025 05:00 / atualizado em 27/03/2025 15:36