
Uma marca registrada de Ceilândia são as feiras populares. Nesses locais, os moradores encontram diversos serviços como venda de roupas, comidas típicas e também, uma oportunidade de aproveitar a junção de diversas culturas em um único lugar. Esses espaços possuem um papel fundamental na vida dos comerciantes e dos moradores da cidade, como a de Jonathan Araújo, 42 anos, que, além de ser ceilandense, é o atual presidente da Feira Central de Ceilândia, um dos cartões-postais ceilandenses.
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A vida de Jonathan está ligada à feira desde cedo. Os dois nasceram no mesmo ano, e na infância, ele começou a frequentar o local. "Depois da separação dos meus pais, minha mãe decidiu desenvolver a atividade na feira em meados de 1993. Ela levava meu irmão e começamos a trabalhar na área de confecção. Foi nessa época que descobri a vocação para o comércio", conta.
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De uma família de três irmãos, Jonathan foi o único que continuou no ramo do comércio. "Os outros decidiram seguir carreira na área de medicina. Minha mãe saiu da feira por volta de 2002, foi para o ramo de salão de beleza. Já eu, continuei nas confecções até disputar a eleição para a presidência da feira, e hoje estou administrando um pedacinho do Nordeste no coração de Ceilândia", destaca.
Para Jonathan, a feira representa muito mais do que uma geração de emprego. "Costumo dizer que visitar a Ceilândia, e não passar pela feira, é o mesmo que não ter visitado a cidade", alega. Presidente desde 2017, ele relata que sua principal motivação para concorrer às eleições foi abrir as portas para acolher várias culturas. "Tínhamos outra gestão que achava que cultura e eventos da comunidade na feira era perda de tempo. Eu pensava ao contrário. Quando assumi a presidência, comecei a atrair atividades como o hip-hop, o forró, o evangélico, o católico e o espírita. Realmente, acolher as diversas culturas da cidade. Hoje em dia, conseguimos acolher diversas manifestações", ressalta.
Vocação
Jonathan reafirma o carinho pela cidade. "Ao longo dos anos, ela não perdeu a tradição, mas ela também sofreu algumas alterações. Hoje, o comércio é mais forte, com lojas de eletroeletrônicos, pet shop, mais salões de beleza e outras atividades. A cidade foi ampliando sua vocação, que é o comércio e o setor de serviços", completa.
Vivendo há quatro décadas na "Lândia", apelido carinhoso que deu à cidade, Jonathan afirma sentir um orgulho enorme da cidade onde nasceu e foi criado. "Essa cidade é pujante e grande em todos os sentidos. Tanto nos problemas, sem sombra de dúvida, mas também no acolhimento. O povo nordestino que veio para cá, também tenho raiz nordestina, oferece esse calor e acolhimento. Ceilândia é maravilhosa, eu digo que ela é uma grande mãe, tudo que você precisa, você encontra", conclui.