CEILÂNDIA 54 ANOS

Empreendedora de Ceilândia que criou oficina para mulheres ganhou prêmio da ONU

A empresária Agda Óliver construiu toda a vida profissional e pessoal na cidade. Assim, surgiu a oficina dedicada ao público feminino, que foi indicada a um prêmio internacional da ONU  

Agda Óliver, dona da meu mecânico -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
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Agda Óliver, dona da meu mecânico - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Com apenas 19 anos de idade, a empresária Agda Óliver, hoje com 44 anos, deixou Arinos (MG), onde nasceu e cresceu, para vir morar com o irmão em Ceilândia. Logo de cara, se apaixonou pelas quadras todas divididas e iguais, a Feira Central com sua culinária tradicional e uma qualidade de vida bem diferente de sua cidade no interior mineiro. Em Ceilândia, se adaptou rapidamente. 

A cidade adotiva de Agda, tornou-se cenário de suas maiores conquistas, onde construiu a vida pessoal e profissional. "Moro aqui desde o ano 2000. Casei, tive filhos e, posso dizer que construí toda a minha vida aqui. Me considero mesmo uma ceilandense nata e sinto que esse lugar me completa. Mesmo após 25 anos, a minha paixão só aumenta", destaca. 

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A história do seu empreendimento começou em 2008, quando comprou seu primeiro carro e passou a frequentar oficinas mecânicas. Porém, as experiências nem sempre eram positivas. "Fui enganada várias vezes, e isso me motivou a criar um espaço onde mulheres pudessem ser bem atendidas e respeitadas", explica. Assim, nasceu a Meu Mecânico — Oficina da Mulher, um ambiente pensado para o público feminino, onde a transparência e a confiança são prioridades. 

Prêmio internacional

Antes de abrir as portas, a empresária dedicou dois anos a pesquisas e planejamento de mercado. Ela analisou diversas regiões do DF, como Samambaia, Recanto das Emas, Vicente Pires, Taguatinga e Guará, mas foi Ceilândia que apresentou o maior potencial de crescimento e renda. "A cidade sempre me apontava um bom retorno financeiro e tenho certeza de que foi a escolha certa", relembra. 

Em maio deste ano, a oficina completa 15 anos. Mas o sucesso do empreendimento não ficou restrito ao DF, veio em nível nacional e internacional. "Nós  fomos indicados pela ONU para um prêmio e ficamos entre as 10 empreendedoras do Brasil. Me orgulho muito de estar aqui e representar Ceilândia", diz. 

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    Ceilândia tem o seu ritmo. É gigante por natureza. Hoje são 287.113 moradores, de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio Ampliada (PDAD) do Distrito Federal Luis Nova/CB/D.A Press
  • A empresária Agda Óliver construiu toda a vida profissional e pessoal na cidade. Assim, surgiu a oficina dedicada ao público feminino, que foi indicada a um prêmio internacional da ONU
    A empresária Agda Óliver construiu toda a vida profissional e pessoal na cidade. Assim, surgiu a oficina dedicada ao público feminino, que foi indicada a um prêmio internacional da ONU Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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    Morador de Ceilândia há 35 anos, o chef Karl Max é conhecido como uma referência comunitária. Com muito trabalho, transforma a cidade num ponto de encontro da boa comida Minervino Júnior/CB/D.A.Press
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    Cria da cidade, a advogada e educadora Jéssica Silva usa o conhecimento adquirido para ajudar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social Luis Nova/CB/D.A Press
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    Entre tantos movimentos culturais que fazem Ceilândia pulsar, o Sarau oz e Alma (Sarau á) se destaca como um dos grandes coletivos da cena artística local Luis Nova/CB/D.A Press
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    Márcio Santos Viana, conhecido como Marcin, 38 anos, encontrou no futebol não apenas um caminho, mas uma missão. Hoje, ele não só treina atletas, mas transforma vidas, oferecendo oportunidades para crianças e jovens de Ceilândia Luis Nova/CB/D.A Press
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    As atletas Katlen Lopes e Sophia, mãe e filha que lutam juntas para levar Ceilândia aos pódios internacionais, destacam o carinho que têm pela cidade e por suas origens Luis Nova/CB/D.A Press
  • Ao lado da estação de metrô Ceilândia Centro, será inaugurada a Casa do Hip Hop. Nomeada em homenagem ao falecido DJ Jamaika, o local pretende ser um centro cultural livre para todos os públicos
    Ao lado da estação de metrô Ceilândia Centro, será inaugurada a Casa do Hip Hop. Nomeada em homenagem ao falecido DJ Jamaika, o local pretende ser um centro cultural livre para todos os públicos Luis Nova/CB/D.A Press

Para Agda, a cidade é muito mais do que um endereço comercial, é seu lar e sua paixão. "Ceilândia é acolhedora, tem uma estrutura incrível, ruas largas, boas escolas e uma feira central que é um verdadeiro patrimônio. Às vezes, a cidade é retratada de forma injusta, mas quem vive aqui sabe o quanto ela é maravilhosa, vibrante, cheia de oportunidades e pessoas incríveis", afirma.

Giovanna Sfalsin*
postado em 27/03/2025 06:00