
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão contra os servidores do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) investigados por corrupção, policiais civis da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) encontraram uma plantação de maconha na casa de um dos investigados, no Incra 9. Na manhã desta segunda-feira (17/3), os investigadores desencadearam uma operação que revelou a participação dos servidores na cobrança de valores indevidos para liberar documentos.
A apuração começou a partir de denúncias registradas na Ouvidoria do DF, que apontava para a participação de dois servidores que estariam emitindo Autorizações para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV-e) sem a exigência de documentação obrigatória. Em troca, os investigados cobrariam valores indevidos dos interessados, estabelecendo um sistema paralelo de atendimento ilegal, apontam as investigações.
Ao longo das diligências, a polícia descobriu que o esquema ia além da cobrança indevida de valores, mas indicava a existência de inserção de dados falsos em sistema de informações, prática caracterizada como crime contra a administração pública.
Os quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas sedes do Detran de Brazlândia e do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), no Incra 9 e na Ponte Alta do Gama. Durante as buscas, foram apreendidos documentos, computadores, celulares e dispositivos eletrônicos que podem conter provas adicionais sobre o esquema. Os materiais serão encaminhados para análise pericial.
Na casa de um dos servidores, no Incra 9, a polícia encontrou ainda uma plantação de maconha, algumas porções da droga e apetrechos, como balança de precisão. Pela natureza da droga e por não ter apuração anterior de tráfico, não houve indiciamento. Segundo a apuração preliminar, a droga seria do filho do servidor.
O que diz o Detran
Em nota, o Detran-DF informou que acompanha e colabora com as investigações da PCDF, mas mantém o sigilo necessário para preservar o andamento do inquérito. “[o órgão] esclarece que o(s) servidor(es) envolvido(s) será(ão) imediatamente afastado(s) de suas funções. O caso já está sob análise da Corregedoria, que adotará as medidas disciplinares cabíveis”, frisou.