
O presidente do Instituto Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido Freire, comemorou o balanço positivo das vendas durante o carnaval deste ano. Entrevistado pelos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Roberto Fonseca no programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, de ontem, ele ainda comentou sobre o futuro do carnaval brasiliense e os próximos projetos da Fecomércio para 2025.
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Para José Aparecido, este foi o carnaval da paz no Distrito Federal. O Instituto Fecomércio fez uma pesquisa de previsão que indicou que 58% dos 43 empresários entrevistados acreditam que a folia deste ano foi melhor do que a de 2024. O levantamento também consultou motoristas de aplicativo e de táxi, que relataram ter havido uma melhora de 70% em relação ao ano anterior.
Para ele, isso pode ter sido influenciado pelo investimento do Governo do Distrito Federal (GDF) para credenciar comerciantes que trabalhavam nos blocos. "O GDF fez camisetas e crachás identificando essas pessoas. Então, ficou mais fácil também para os foliões reconhecerem pessoas que estavam vendendo produtos nos blocos. Foi um carnaval muito bom. Nós estamos muito felizes com isso, porque o feriado movimenta mais de 52 setores da economia", celebra Freire.
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Ele cita como exemplos a economia criativa, o turismo, os eventos, os transportes, os hotéis, os bares e restaurantes. O representante empresarial reconhece que os bares listados não tiveram um movimento muito grande, porque as pessoas estavam em blocos na rua, mas que ainda houve bom movimento nos restaurantes e hotéis.
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A gratuidade do transporte público na capital durante finais de semana e feriados também foi importante para o sucesso da festa. José Aparecido explica que um levantamento do GDF apontou que mais de 2,2 milhões de pessoas circularam durante o carnaval usando ônibus e metrô gratuitamente. "Isso foi super-importante. Quando as pessoas têm mobilidade, elas têm uma facilidade maior (para irem aos blocos). Não teve nenhum custo, foi algo muito planejado. Nós tivemos realmente um carnaval com muitas pessoas na rua, e o mais importante de tudo, com muita paz", exalta.
Capacitação
O presidente da Fecomércio-DF avalia que o Setor Comercial Sul é um polo de economia criativa. O instituto, junto ao Sesc e o Senac, investiu mais de 50 milhões de reais na região. O edifício Centro-Oeste foi comprado por meio desse investimento e será convertido em uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que será a maior escola de aprendizagem do Distrito Federal. A nova instituição de ensino terá expectativa de circulação de cinco mil pessoas diariamente e será inaugurada, oficialmente, em 24 de março, mas já começa a funcionar na próxima segunda-feira.
"Nós também revitalizamos o edifício Jacet Freire. Lá, vamos criar uma capacitação em termos de economia criativa. Revitalizamos também o Sesc, lá no edifício Presidente Dutra, a nossa clínica de odontologia, a nossa academia e inauguramos um Centro de Desenvolvimento Infantil (CDI). Nós do sistema Fecomércio-DF estamos fazendo muitos investimentos para que o Setor Comercial Sul volte a ser o que era antes", projeta.
Quando foi trabalhar na região, nos anos 1980, José Aparecido constatou que a área era muito habitada e concorrida entre comerciantes, algo que pretende recuperar. O representante do comércio acredita que a movimentação inicial de alunos vai tornar a região mais segura. Os cinco mil alunos esperados seriam divididos entre mais de 20 cursos, que podem ser conferidos no site do Senac. Boa parte desses alunos serão transferidos da unidade do Senac na 903 Sul.
"Nós qualificamos mais de 35.000 pessoas em 2024 e vamos continuar fazendo isso. Muitas vezes, nós temos empregos (disponíveis), mas não temos profissionais qualificados. Esse é o papel que o Senac tem que fazer, porque nós temos que entregar para o empresário profissionais com qualificação para que eles possam produzir melhor e também possam crescer dentro das empresas", explica.
*Estagiário sob supervisão de Márcia Machado