assassinato de motorista

Peritos apontam que motorista pode ter sofrido feminicídio

Crime contra mulher que trabalhava com aplicativo de transporte era considerado latrocínio. Análise pode mudar classificação

Delegado Victor Dan aponta para hipótese de estrangulamento -  (crédito: Darcianne Diogo)
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Delegado Victor Dan aponta para hipótese de estrangulamento - (crédito: Darcianne Diogo)

O caso do assassinato de Ana Rosa Rodolfo de Queiroz, 49 anos, motorista de transporte por aplicativo, pode sofrer uma reviravolta nas investigações. Uma análise preliminar da perícia, divulgada nesta quinta-feira (27/2), indicou que a vítima pode ter sido estrangulada pelo acusado do crime, dentro do carro, e não somente esfaqueada. Isso levantou dúvidas aos investigadores sobre como se deu a morte e o indiciamento que deve ser aplicado ao apontado pela agressão: Antônio Ailton da Silva, que está preso.

O delegado-chefe da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), Victor Dan, disse que o último registro de localização do veículo de Ana Rosa, de acordo com o aplicativo com o qual ela trabalhava, foi na área central de Brasília, próximo ao Conic. Cerca de uma hora depois, o carro dela estava no Cruzeiro Velho. “Essa análise do tempo e dos locais estão em averiguação. Até porque sabemos que não houve registro de acionamento de carro para o Cruzeiro. Então, a maneira como se deu esse deslocamento dela até o Cruzeiro ainda é investigado”, destacou.

Segundo apurações das autoridades, por volta das 13h de quarta-feira (26/2), policiais civis do Cruzeiro atenderam a um chamado referente ao esfaqueamento de uma mulher na região. Tratava-se da vítima de Silva, que foi encontrada, com ferimentos no pescoço e sem vida, no banco do motorista do veículo com que trabalhava. O acusado, de acordo com testemunhas e imagens captadas por câmeras de segurança, tentou fugir, mas acabou alcançado pela Polícia Militar, nas proximidades de onde a mulher foi morta, e preso. As informações iniciais dão conta de que o homem anunciou o assalto e a vítima reagiu. Em seguida, ele a teria atingido com uma facada no pescoço.

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Esses dados colhidos pelos investigadores podem mudar o indiciamento aplicado ao acusado. Inicialmente, ele estava enquadrado em latrocínio (roubo com morte), mas existe a possibilidade de que passe para feminicídio. “Uma análise preliminar da polícia indicou que ela foi estrangulada. Não é comum, em casos de assaltos, a vítima ser estrangulada, a não ser que os dois tenham entrado em luta corporal. Encontramos, no carro, um fio de nylon que, supostamente, teria sido utilizado (para enforcá-la)”, ressaltou o delegado.

Tanto os familiares e Ana Rosa quanto uma ex-mulher de Silva negaram à polícia que a motorista conhecia o acusado. Agora, os investigadores aguardam os laudos que determinarão a causa da morte. “Devem sair entre 10 e 15 dias e, a partir daí, teremos um avanço quanto à confirmação do indiciamento. Por enquanto, é latrocínio”, pontuou Victor Dan.

Darcianne Diogo
postado em 27/02/2025 16:50