
Moradores de Vicente Pires cobram respostas da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) acerca dos inúmeros vazamentos de água tratada — que custa caro para o governo e para o brasiliense — ocorridos com frequência na Chácara 213, localizada na Rua 8. Segundo Waldirene Nepomuceno, 48 anos, os canos estouram de forma recorrente desde que assumiu como síndica do Condomínio Veredas, em março de 2024.
"Há vazamentos que levam de 10 a 20 dias para serem resolvidos. No momento, estamos com seis buracos abertos — porque sequer fecham os buracos quando vêm consertar os canos — e um vazamento. Mesmo quando fazem os reparos, os estragos voltam a ocorrer em pouco tempo. Certa vez, levou apenas meia hora para que os canos consertados estourassem novamente", detalha Waldirene, que coleciona protocolos de reclamações.
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Os vizinhos, segundo a síndica, lidam com a ansiedade de esperar quando ocorrerá o próximo vazamento. "Com os vazamentos, ainda temos dor de cabeça com a lama e o asfalto, que fica prejudicado devido à quantidade de água perdida. Temos moradores no condomínio com locomoção reduzida, então, diante desses problemas, os desafios, para eles, se multiplicam", completa Waldirene, que mora na região há mais de 20 anos.
Quem também lamenta os constantes vazamentos é a empresária Isabel Cristina Pereira, 45, que alerta para o desperdício de água limpa e tratada e para prejuízo no asfalto. Em vídeo enviado à reportagem, ela mostra os vários buracos formados na rua em frente à sua casa devido à água que se arrasta há dias. "Enviei uma reclamação para a ouvidoria da Caesb em 3 de fevereiro, quando estourou o último cano, meia hora após o consertarem. Me responderam, na manhã desta quinta-feira (20/2), dizendo que continuam aguardando um parecer da área responsável e o prazo para um posicionamento será estendido", conta.
"Creio que as tubulações são antigas e estão, todas, comprometidas. No entanto, os reparos são apenas remendos, pois não resolvem o problema. Falta manutenção constante", adverte Isabel. A moradora ainda conta que o condomínio tem se mobilizado para trocar o asfalto da região, iniciativa embargada pelos vazamentos. "Como vamos melhorar o asfalto com a tubulação comprometida dessa forma?", questiona.
O Correio entrou em contato com a Caesb para cobrar um posicionamento acerca dos problemas constantes na tubulação. Na manhã desta sexta (21), a companhia informou que foram realizados os consertos solicitados, faltando apenas a recomposição do asfalto. "Em virtude da execução de serviços de terraplanagens e águas pluviais, as redes de abastecimento de água foram fragilizadas e agora os rompimentos ficaram constantes. A companhia está realizando estudos para a substituição total das redes do condomínio", adiantou.