
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu seis mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão contra os integrantes de uma organização criminosa especializada na prática de estelionato contra, ao menos, 11 vítimas, todos idosos. A operação, nomeada de Apate — em referência à deusa grega que personificava o engano, a fraude e o dolo — foi realizada na manhã desta terça-feira (18/2) por equipes da 15ª Delegacia de Polícia, de Ceilândia.
Segundo a investigação, o grupo aplicava o “golpe da cesta básica”, no qual duas mulheres se passavam por servidoras do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para coletar dados pessoais das vítimas e praticar os crimes. As executoras das fraudes foram identificadas como Bianca Kelly Santos Rodrigues, 29 anos, e Vanessa Carvalho de Santana, 31.
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Como o grupo agia
As suspeitas visitavam os alvos em suas residências e informavam que eles haviam ganhado uma cesta básica. No entanto, para recebê-la, seria necessário fornecer dados pessoais e permitir a fotografia de seus rostos. Imagens divulgadas pela polícia, mostram a dupla entrando na casa de uma das vítimas. Enquanto uma suspeita entrega a cesta, a outra se encarrega de fotografar o rosto da idosa. Confira o vídeo:
De posse dessas informações, as autoras promoviam a abertura de contas bancárias em nome das vítimas, para, na sequência, realizar empréstimos e transferências bancárias para contas de outros integrantes do grupo criminoso. Os golpes foram praticados entre os meses de setembro e dezembro de 2024.
Além de Bianca e Vanessa, a investigação conseguiu identificar mais quatro integrantes do grupo criminoso. São eles: Stephanie Cristina Cruz Silva, 27; Rafael Lira de Araújo, 33; e Lucas Gabriel de Oliveira Queiroz, 28. A quarta investigada ainda não foi localizada. Eles seriam responsáveis por abrir as contas bancárias falsas em nome das vítimas, além de emprestar as próprias contas bancárias para receber os lucros dos empréstimos fraudulentos.
Até o momento, foram identificadas 11 vítimas do grupo criminoso, em sua grande maioria idosos, com idades entre 60 e 80 anos. O prejuízo estimado, por vítima, varia entre R$ 3 mil e R$ 50 mil.
Os investigados foram indiciados pelo crime de organização criminosa e estão sujeitos a pena de 3 a 8 anos de prisão. Além disso, irão responder pelos crimes de estelionato que tenham participado. A pena para cada um destes delitos pode alcançar os 10 anos de prisão, por envolver vítimas idosas.