
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está tentando recorrer à Justiça para garantir uma sentença mais severa ao policial civil que agrediu uma mulher e atirou contra uma delegada em dezembro de 2023.
O órgão apresentou recurso nesta sexta-feira (14/2) buscando reverter a decisão de primeira instância e garantir uma pena maior e a perda do cargo público ao policial Rodrigo Rodrigues Dias.
Rodrigo cometeu os crimes em um bar em Vicente Pires em 27 de dezembro de 2023. Na ocasião ele agrediu uma mulher e atirou contra a delegada Karen Langkammer, atingindo a vítima no pé.
No final de janeiro de 2024, ele foi condenado por lesão corporal culposa, quando não há intenção de causar danos físicos ou psicológicos.
Rodrigo também teve que indenizar a delegada em R$ 3 mil e a outra mulher agredida em R$ 5,5 mil. Além disso, o juiz que deferiu a sentença na época ordenou que o réu indenizasse também, por danos morais, a mulher com quem o policial mantinha relacionamento na época, em R$ 1mil.
A sentença de primeira instância desclassificou o crime de lesão corporal grave para lesão corporal culposa, quando não há intenção de causar danos físicos ou psicológicos a outra pessoa. O MPDFT se opõe ao que foi decidido, argumentando que a decisão contrariou as provas do processo, uma vez que Rodrigo, ao disparar sua arma em um local fechado e próximo das mulheres, assumiu o risco de atingi-las.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Além disso, a Promotoria de Justiça de Taguatinga reforça que a condutado policial foi incompatível com o cargo que ocupa, por ter utilizado sua arma funcional, de trabalho, enquanto estava sob efeito de álcool, para cometer os crimes.
“Não é razoável que o Poder Judiciário mantenha no cargo uma pessoa que, ao invés de prezar pela segurança da população, utilizou-se da arma funcional para praticar covardemente crime grave contra mulher da própria corporação”, destaca o recurso do MPDFT.
O caso
Em 27 de dezembro de 2023, câmeras do circuito de segurança do bar no qual o crime aconteceu, em Vicente Pires, registraram o policial civil sentado em uma mesa acompanhado de uma mulher e um homem. Em determinado momento, o agente puxa o cabelo da primeira vítima, que estava sentada com ele e ela reage com tapas.
Alguns minutos depois, Rodrigo parece discutir com outra pessoa dentro dobar, momento em que a delegada Karen Langkammer se aproxima do policial e os dois começam a brigar. Ele então saca a arma de fogo, aponta para todos os lados. Durante a discussão, Rodrigo chega a deferir um tapa no rosto da delegada. Após as agressões, ele efetua os disparos, atingindo o pé de Langkammer.