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CB.DEBATE

Autoridades destacam esforço conjunto para evitar nova epidemia de dengue

O Correio reuniu especialistas e autoridades para debater a prevenção ao Aedes aegypti. Todos destacaram a necessidade de ações integradas entre o governo federal e a capital do país para combater o mosquito com ajuda da sociedade

Especialistas e autoridades estiveram no auditório do Correio Braziliense, nesta quinta-feira (30/1), para debater o problema da dengue no Distrito Federal e Entorno. O CB.Debate Dengue: uma luta de todos analisou o cenário da doença em 2025 e discutiu quais caminhos devem ser tomados para que a epidemia do ano passado não se repita.

Na abertura do evento, a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), destacou as medidas implementadas pelo GDF e a necessidade de colaboração da população para impedir a proliferação do Aedes aegypti. Ela lembrou o surto de dengue enfrentado no ano passado, que resultou em quase 400 mil casos e uma alta taxa de letalidade. "Sabemos que a dengue pode fazer grandes estragos, mesmo em meio a um cenário positivo, que é o de agora. Diminuímos em 95% os casos, mas não podemos aliviar, tampouco comemorar", alertou.

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Para este ano, a vice-governadora ressaltou o estabelecimento de pilares de prevenção por parte do governo do DF. Incentivar a prevenção e o descarte regular de lixo é a prioridade. "Temos alertado para essa mudança de cultura. O descarte irregular não traz somente dengue, mas alagamentos, enchentes e outras doenças", afirmou Celina.

Governo federal

Swedenberger Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Saúde, ressaltou que os altos índices de dengue em 2023 e 2024 foram considerados preocupantes pelo governo federal. Como resposta, segundo ele, desde setembro do ano passado, a pasta implementou um plano de ação para o controle da doença e de outras arboviroses, para reduzir o número de mortes.

"Mas os dados atuais ainda não são suficientemente baixos para nos deixar tranquilos. Por isso, seguimos trabalhando em conjunto com as secretarias estaduais e municipais para alinhar novas estratégias", ressaltou. Barbosa também ressaltou que não há intenção de reduzir investimentos no combate ao mosquito transmissor. "O desafio, enquanto agentes públicos, é garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente para atender às necessidades dos municípios, estados e da União", frisou.

Relevância

O diretor-presidente da Geap Saúde, Douglas Figueiredo, parabenizou o Correio pelo debate, enfatizando que esse é o momento ideal para trazer mais conhecimento e expor o cenário para a população do Distrito Federal. "É um assunto de relevância, neste momento, não apenas para atualizar os dados da prevenção, do cenário e mostrar as positividades", pontuou.

"Mesmo num momento em que os indicadores da dengue não estão alarmantes, de forma contemporânea, o jornal provoca esse tipo de discussão, envolvendo o Estado, alguns planos de saúde e especialistas", elogiou Figueiredo. Segundo ele, apesar de estarmos vivendo um cenário favorável em relação à dengue, ainda há algumas preocupações, sobretudo em relação às campanhas de prevenção.

Vacinação

De acordo com a secretária de Saúde (SES-DF), Lucilene Florêncio, a pasta pretende intensificar o trabalho de campo, reforçar a vigilância ambiental, controlar o vetor e incorporar novas tecnologias. Lucilene também aproveitou para enfatizar que uma das principais ferramentas de prevenção contra a dengue é a vacinação, disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. No entanto, a adesão está baixa.

Segundo dados da secretaria, apresentados por ela, 46% do público-alvo receberam a primeira dose e apenas 19,9% voltaram para tomar a segunda dose. "Isso significa que menos de 20% da população está totalmente imunizada, pois são necessárias duas doses para a proteção completa", esclareceu.

Lucilene celebrou a redução no número de casos de dengue, mas ressaltou que ainda não é o momento de relaxar. "Podemos destacar um grande avanço. No mesmo período de 2024, registramos 29,4 mil casos de dengue. Hoje, são 1,5 mil casos, uma redução de 94,5%. Porém, não podemos baixar a guarda", detalhou.

O papel do Correio

Guilherme Machado, presidente do Correio Braziliense, ressaltou que a dengue não é um problema apenas de saúde. "Por mais esforços que percebamos, por parte das autoridades governamentais, não é só um problema de saúde, é também um problema econômico e social, porque empresas precisam afastar colaboradores adoecidos. Isso traz um efeito na economia do país", acrescentou.

Ele observou que a doença atinge todo o país. "Todos os anos, nessa época de chuva e calor, a dengue costuma aparecer, e o Correio, no seu papel de divulgar avaliações científicas e trazer especialistas, discute esse tema, que é muito importante", comentou. O presidente do jornal lamentou a baixa adesão às vacinas. "A população também precisa ajudar. Os números da doença, no DF, estão menores em 2025, mesmo assim, temos que ficar atentos, tomando todos os cuidados", comemorou.


 


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