Ao chegar a Brasília em 1960, quase junto à inauguração da nova capital, Elza Motta Nardelli e o marido, o médico Ítalo Nardelli, conquistaram um lugar entre os nomes marcantes do início da história da cidade. A pioneira que virou exemplo no trabalho comunitário morreu na última segunda-feira (13/1), aos 101 anos.
Carioca, filha de pai português e mãe brasileira, Elza nasceu em 6 de abril de 1923. Ela e Ítalo se casaram em 1945, no Rio de Janeiro (RJ), e permaneceram juntos por 75 anos, quando o marido morreu, aos 96 anos, em 2014. Quando o obstetra foi convidado para trabalhar em Brasília, a mulher relutou, mas foi convencida e o casal veio com os seis filhos, onde a família construiria o que depois se tornou o hospital Santa Helena.
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No Paranoá, Elza foi a fundadora do Núcleo das Bandeirantes do Paranoá, em 1979. Com o projeto, que faz parte do Movimento Bandeirante, a voluntária ofertou atividades educativas e assistência para crianças, jovens, idosos e famílias de baixa renda da comunidade. Para arrecadar fundos, a pioneira organizava bazares e eventos beneficentes. Ela também esteve presente na organização do grupo Velhinhas do Paranoá.
Em entrevista ao Correio em 2001, ela conta que tudo começou quando o marido fazia atendimentos na comunidade. “Enquanto ele examinava gratuitamente os pacientes, Elza tomava conta das crianças brincando e ensinando”, conta.
À época, aos 77 anos, a bandeirante contava com empolgação sobre as atividades, e não pensava em parar. E ela realmente não parou. Em 2014, aos 91 anos, permaneceu como voluntária, desta vez na Capela São Geraldo, onde organizava bazares para a ajudar a tão amada comunidade do Paranoá.
Em 2023, a pioneira completou 100 anos com festa ao lado da família. Ela foi celebrada pelos filhos, netos e bisnetos com direito a três bolos, um com cada dígito da idade, como mostrou a Coluna 360 Graus, de Jane Godoy, publicada no Correio.
Dona Elza foi sepultada na terça-feira (14/1), no Campo da Esperança. A causa da morte não foi informada.