Legislativo

Suspeito de ameaçar distritais é alvo de operação da PCDF: 'A bala come'

Ameaças foram direcionadas a parlamentares da esquerda, após operação da Polícia Federal que descobriu um plano para matar o presidente Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes

Um homem suspeito de ameaçar deputados distritais durante uma sessão plenária transmitida pelo YouTube da Câmara Legislativa (CLDF), em novembro do ano passado, foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido por policiais civis da Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV).

Nas mensagens, o suspeito, identificado como Marco Antônio, utilizou termos ofensivos contra parlamentares, especialmente aqueles alinhados à esquerda. Em uma das mensagens, escreveu: “Já fica ciente, se mexer com (Jair) Bolsonaro a bala come… Já fica ciente, esquerdalha”. Em outra, questionou: “Qual é a moral e respeito que os esquerdalha têm pra prender os outros” (sic).

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Diante das ameaças, o presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), acionou a Polícia Legislativa (Copol) e a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que identificaram o suspeito. Durante a operação, foram apreendidos celulares e um computador na residência dele. Segundo a polícia, o homem já possui passagens anteriores por violência.

Os comentários ocorreram enquanto parlamentares de esquerda discutiam a operação da Polícia Federal que revelou a atuação de uma organização criminosa com elevado conhecimento técnico-militar acusada de planejar, coordenar e executar ações ilícitas entre novembro e dezembro de 2022. Segundo as investigações, o grupo chegou a cogitar o assassinato, entre outras autoridades, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por envenenamento.

O grupo seria formado por militares do Exército, da ativa e da reserva, além de um agente da PF. Segundo os investigadores, o plano foi batizado pelos suspeitos de “punhal verde e amarelo”. 

Investigação

Nas mensagens, Lula era chamado pelo codinome “Juca”, já o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), de “Joca”. A Polícia Federal também descobriu que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes era monitorado pela organização. Os supostos golpistas pretendiam matá-lo com um artefato explosivo ou por envenenamento. 

A operação que desbaratou o grupo foi embasada em arquivos deletados — mas que foram recuperados — dos computadores do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e também do general Mário Fernandes, ex-assessor do ex-presidente. Houve prisões em Brasília e no Rio de Janeiro, além de buscas e apreensões no Amazonas e em Goiás. 

Já em dezembro, parte do grupo foi indiciada pela Polícia Federal. Entre os suspeitos de planejar um golpe de Estado está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso deve ter prosseguimento em 2025, com análise do material por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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