Investigação

Polícia espera laudos para concluir inquérito da morte de PM em Alagoas

Principal linha de investigação da polícia é que o fogo no hotel tenha sido causado por uma pane em um aparelho de ar-condicionado. O sargento da Polícia Militar do DF morreu após inalar fumaça enquanto resgatava hóspedes do incêndio

Durante o incêndio, o sargento ajudou no resgate das vítimas, mas acabou inalando grande quantidade de fumaça -  (crédito: Divulgação/PMDF)
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Durante o incêndio, o sargento ajudou no resgate das vítimas, mas acabou inalando grande quantidade de fumaça - (crédito: Divulgação/PMDF)

A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) aguarda a conclusão de perícias técnicas do Instituto de Criminalística para finalizar o inquérito sobre a morte do sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Adriano Damásio, de 44 anos, em 16 de janeiro, em Maceió.

A principal linha de investigação aponta que o incêndio no hotel onde estavam o sargento, a esposa e a filha do casal, de 9 anos, teria sido causado por uma pane em um aparelho de ar-condicionado, provocando um curto-circuito e dando início às chamas. Os investigadores ouvirão mais uma testemunha, considerada essencial na investigação, antes de concluir o caso. Uma eventual responsabilização do hotel só será analisada após a chegada dos laudos periciais.

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Durante o incêndio, o sargento ajudou no resgate dos hóspedes, mas acabou inalando grande quantidade de fumaça, ficou desacordado e sofreu uma parada cardíaca. Ele foi encontrado inconsciente no apartamento 603, no sexto andar do hotel, e encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde faleceu.

Adriano ingressou na PMDF em 1º de abril de 2003 e servia no Batalhão de Policiamento de Trânsito, ao qual dedicou mais de 20 anos de sua vida. O velório e enterro do sargento ocorreram em 18 de janeiro, no Cemitério de Brazlândia.

O incêndio

O caso ocorreu na madrugada de quinta-feira (16/1). O sargento estava hospedado, junto à família, em um hotel localizado em Pajuçara, Maceió. Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Estado de AL (CBMAL), o incêndio começou no 6° andar do edifício, onde Adriano estava com a família.

A esposa do sargento, Estefanie Fernandes, antes de ser informada do falecimento do marido, contou à reportagem da TV Gazeta que, por ser brigadista, também ajudou no salvamento. "Eu usei a lanterna do celular para indicar a saída. Havia muita fumaça. Vi muitas pessoas se desesperarem. Eu consegui retirar alguns hóspedes, mas meu marido voltou (ao interior do prédio) e não consegui mais vê-lo. Ele foi o último a ser resgatado e estava desacordado", disse.

O governador Ibaneis Rocha (MDB), ontem, concedeu a promoção post mortem ao sargento, no Palácio do Buriti. Na cerimônia, a viúva recebeu uma homenagem especial: um quadro com o uniforme de Adriano e a mensagem “À família do nosso herói, 1º Sgt QPPMC Adriano Damásio Lopes”. Autoridades civis e militares, além de familiares e amigos, prestaram tributo a Adriano, lembrando o legado de coragem e altruísmo.

Durante a homenagem, Ibaneis disse que o gesto marca a história da família, dos pais, da esposa e da filha, que, segundo ele, “terá orgulho de dizer que tem como pai um herói, e isso é muito importante para marcar a vida de uma criança”.

“Este momento serve também para lembrarmos do bom policial que temos na nossa capital e a formação exemplar desses militares. Todos eles foram formados dentro de uma academia bastante preparada e aprendem ali o sentido real de proteger a sociedade. Não foi nada diferente do que Adriano fez naquele momento. Ficam aqui todo meu carinho e solidariedade e, enquanto eu estiver por aqui ou até mesmo fora do governo, vocês jamais ficarão desamparados. Contem comigo para superar qualquer dificuldade que venham a ter na vida”, afirmou o governador.

 

Pablo Giovanni
postado em 31/01/2025 17:26 / atualizado em 31/01/2025 17:47