
O secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, anunciou, nesta quinta-feira (30/1), que Planaltina, São Sebastião, Paranoá, Itapoã, Arapoanga, Estrutural, Recanto das Emas, Fercal e Gama serão as primeiras as regiões administrativas a receber o método wolbachia no DF. A informação foi dada pelo representante do Ministério da Saúde durante o CB Debate, evento realizado na sede do Correio e que reuniu autoridades para discutir formas de se preparar contra eventuais ameaças da dengue, entre outras doenças.
“Hoje, pela manhã, conversei com a ministra Nísia Trindade, e ela autorizou que eu fizesse esse anúncio aqui (no Correio). Após a implementação nessas áreas, iremos planejar a expansão para outras regiões (no DF)”, informou Venâncio.
A wolbachia é uma bactéria naturalmente presente em cerca de 60% dos insetos. Há cerca de 15 a 18 anos, pesquisadores australianos fizeram uma descoberta importante: insetos que possuem essa bactéria em seu organismo não transmitem patógenos causadores de doenças, como dengue, a humanos.
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Com base nisso, surgiu a ideia de inocular o microorganismo no Aedes aegypti, mosquito transmissor da de várias arboviroses. De acordo com estudos, o resultado tem sido satisfatório: os insetos que passaram pelo processo perderam a capacidade de transmitir a dengue. Testes posteriores confirmaram que a bactéria também impede a transmissão dos vírus da chikungunya, zika e febre amarela.
O método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos com a bactéria no meio ambiente. Eles copulam com outros do ambiente em que foram disseminados e, ao longo do tempo, a propagação das doenças tem queda significativa. “É uma estratégia segura, sem impacto negativo ao meio ambiente e que não altera geneticamente os mosquitos”, explicou o Secretário.
Nos últimos 12 anos, a estratégia foi aplicada de forma experimental em algumas cidades. Três delas — Campo Grande (MS), Niterói (RJ) e Petrolina (PE) — foram completamente cobertas pelo método. Além disso, a técnica foi utilizada na Ilha do Governador — região metropolitana do Rio de Janeiro — e de Belo Horizonte (MG).
Venâncio acrescentou que a soltura de mosquitos com wolbachia começou, recentemente, em Joinville (SC), Foz do Iguaçu (PR) e Londrina (PR). De acordo com ele, este ano ainda, cerca de 45 cidades deverão receber esse processo.