Saúde

Ataques de escorpião aumentam no DF com a temporada de chuvas

A primeira semana de 2025 registrou 44 casos de acidentes envolvendo o animal, que foge de lugares alagados e busca abrigo nas residências. Saiba como prevenir o problema, o que fazer e a quem recorrer em caso de picada

A picada de escorpião causa dor, vermelhidão, inchaço e suor -  (crédito:  Monique Renne/Esp. CB)
A picada de escorpião causa dor, vermelhidão, inchaço e suor - (crédito: Monique Renne/Esp. CB)

Com o período chuvoso, a quantidade de acidentes envolvendo escorpiões no Distrito Federal (DF) cresce. Das 52 notificações de ataques de animais peçonhentos na primeira semana deste ano, 44 (85%) foram protagonizadas pelo animal, de acordo com a Secretaria de Saúde (SES-DF). 

"Esses meses de chuvas combinam o fato de ser a época da reprodução da maior parte das espécies de escorpiões do Cerrado", explica o professor Reuber Brandão, do Laboratório de Fauna e Unidades de Conservação da Universidade de Brasília (UnB). Ele acrescenta que os lugares ocupados pelos escorpiões ficam alagados e, por isso, eles buscam abrigo dentro das casas. 

O especialista destaca formas de evitar o problema. "É importante não amontoar entulhos, como restos de obra ou madeira perto das casas, porque atraem os animais. Também inspecionar os locais que podem servir de esconderijo para eles. Além disso, é importante combater as baratas, porque na área urbana elas são o maior alimento e atrativo para os escorpiões", elenca. 

Reuber complementa sobre onde verificar a presença do artrópode: caixas de gordura, caixas de transmissão de água, telefonia. "São lugares escuros, relativamente úmidos e protegidos de mudanças de temperatura, nos quais eles gostam de se abrigar", alerta.

Letalidade

A tendência neste começo de ano é a mesma de 2024, quando houve 4,3 mil acidentes, sendo 3.995 em residentes no DF. Desse total, mais de 3,4 mil casos foram causados por escorpiões.

Conforme a SES-DF, embora o número seja preocupante, a letalidade histórica desses acidentes na capital permanece igual ou inferior à média nacional.

Em 2024, ano que registrou 3.995 casos no DF, houve um óbito. Cerca de 90% das ocorrências foram classificadas como leves e 7,4%, moderadas.

Reuber observa que se deve ter mais atenção quando as vítimas são crianças e idosos e pessoas alérgicas. "A morte pode ocorrer devido à insuficiência renal ou mesmo respiratória. Por isso, sempre que pessoas desses grupos de risco forem picadas, o caso deve ser considerado como potencialmente grave", conclui.

Socorro

Para o professor, em caso de acidentes com escorpiões, o mais importante é buscar atendimento médico com urgência. No DF, ele recomenda o Hospital de Base (HBDF), o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e o Hospital Regional do Paranoá (HRP). "Em casos graves, o paciente precisa ir para tratamento com o soro específico. É muito importante procurar centros de atendimento médicos que tenham experiência com escorpiões, para que saibam identificar os sinais de gravidade associados à picada e tomem medidas adequadas", enfatiza.

Antes de buscar atendimento, o máximo que pode ser feito é lavar o local com água e sabão. "Não pode fazer torniquete, não pode tentar espremer ou passar nada. O tratamento é sistêmico e sintomático", completa.

No site da SES-DF pode ser consultada a relação dos 11 hospitais que têm o soro antiescorpiônico e também antídotos para picadas de outros animais.

Para mais informações ou saber o que fazer logo após ser atacado, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) oferece atendimento 24 horas, pelos telefones 0800-6446774 ou 0800-7226001. 

Bruna Pauxis
postado em 16/01/2025 06:00
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