Investigação

Chefe de quadrilha de furto de cabos era braço direito de "Toninho do Pó"

Vilmar de Lima Oliveira é acusado de comandar um esquema milionário de furto de cabos no DF. Em 2018, trabalhou para Antônio César Campanaro, traficante conhecido por chefiar uma quadrilha que traficava drogas e cometia outros crimes

Vilmar é apontado como o chefe da quadrilha -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Vilmar é apontado como o chefe da quadrilha - (crédito: PCDF/Divulgação)

Vilmar de Lima Oliveira, preso pela Polícia Civil por chefiar uma quadrilha especializada no furto de cabos de energia na capital federal, era braço direito de Antônio César Campanaro, traficante conhecido como “Toninho do Pó”, líder de uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas interestadual, roubos, furtos, desvios de cargas e lavagem de dinheiro. Toninho foi preso em 10 de outubro de 2018 e morreu um ano depois após passar mal no Complexo Penitenciário da Papuda.

Nesta segunda-feira (13/1), policiais civis da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) capturaram Vilmar em uma área rural em Minas Gerais. O criminoso foi alvo de uma operação em outubro de 2024 e estava foragido desde então.

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Velho conhecido da polícia, Vilmar ostenta uma vasta ficha criminal, incluindo passagem por um homicídio cometido em 2021. Em 2018, foi preso por integrar a organização criminosa de Toninho do Pó. Documentos judiciais obtidos pelo Correio mostram que o criminoso era considerado uma pessoa de “dentro” da família de Toninho.

“Vilmar teria a função de auxiliar Antônio César na comercialização de bens de origem ilícita, com evidências de que teria intermediado a negociação sobre tratores de origem ilegal, bem como atuaria guardando entorpecentes para Antônio César, além de intermediar a aquisição de munição para armas de fogo e abrigar Antônio César, durante fuga de ação policial”, descrevem as autoridades.

Toninho do Pó e a quadrilha foram presos em 2018 no âmbito da operação Torre de Babel, da PCDF. Em 2019, enquanto cumpria pena no Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda, passou mal e morreu.

Vilmar chegou a ser condenado a 14 anos de prisão, em regime inicial fechado. Ele ganhou a liberdade um ano depois, em 2021.

Prisão de Vilmar

Vilmar foi preso nesta segunda-feira em uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O criminoso estava foragido desde o final de outubro do ano passado, após ser alvo da operação Power Cut, que cumpriu 21 mandados de prisão e bloqueou R$ 5,78 milhões das contas dos membros do grupo que ele coordenava.

O criminoso estava escondido em uma área rural no distrito de Buritizeiro, na região de Riachinho, em Minas Gerais. Segundo a polícia, ele gerenciava dezenas de homens e os dividiam em funções para o cometimento de furtos de fios em larga escala, afetando diretamente o fornecimento de serviços essenciais para a população, como para área da saúde.

O grupo era articulado e mantinha uma estrutura envolvendo ladrões, receptadores e contratantes. Um dos núcleos era formado por autores que recrutavam outras pessoas para executar os furtos. O outro era  dos receptadores, que transformavam o cobre furtado em matéria-prima comercial.

Darcianne Diogo
postado em 13/01/2025 20:59
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