Investigação

Morte de brasileira na Holanda: polícia conclui caso, mas família questiona versão

Namorado da mulher, um cidadão europeu, teria apresentado versões contraditórias para o óbito. Parentes estão arrecadando recursos para trazer o corpo

Taiany Caroline Martins nasceu em Planaltina e morava havia seis anos na Europa -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Taiany Caroline Martins nasceu em Planaltina e morava havia seis anos na Europa - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Uma brasiliense de 32 anos morreu na última sexta-feira ao cair de um apartamento no quarto andar de um prédio comercial na província de Breda, na Holanda. Taiany Caroline Martins Matos nasceu em Planaltina e morava havia seis anos na Europa. Na hora da queda, o namorado dela, Edgard Van de Boom, de 53 anos, estava no imóvel. Foi ele quem avisou à família de Taiany sobre a morte.

O irmão da vítima, Cauã Martins de Oliveira, de 20 anos, afirmou ao Correio que o homem apresentou versões contraditórias sobre o caso. O jornal BN DeStem informou que testemunhas disseram que ouviram gritos pouco antes de a brasiliense despencar do edifício. A publicação afirma ainda que a polícia do país encerrou a investigação em 24 horas e apontou que não houve crime.

"Em 27 de dezembro, ela se despediu de nós e foi para Paris com o Edgard. Ela postou stories com ele, e alguns dias depois eles voltaram para Breda. No sábado, dia 4, recebemos uma ligação dele dizendo que ela tinha saído com as amigas e chegou em casa pela manhã. Ele disse que quando levantou, tentou acordá-la, mas ela não respondeu. Ele enviou a seguinte mensagem: 'Sua irmã morreu, me desculpe'. Achamos a mensagem muito estranha e ligamos para a amiga que estava com ela horas antes. A amiga comentou que deixou Taiany de Uber na porta do apartamento e ficou sabendo da morte pelo noticiário."

Cauã disse que ligou para Edgard e ele teria apresentado outra versão. "Disse que ela chegou de manhã cedo com outras duas amigas e após elas irem embora, ele quis ver o celular dela. Mas ela não deixou e correu para o quarto. Ele diz que ela se alterou, correu para o quarto e começou a gritar por socorro. Ele afirma que ela se pendurou, desequilibrou e caiu", afirmou o irmão.

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Traslado

A família faz uma vaquinha a fim de arrecadar recursos para trazer o corpo de volta ao Brasil. O valor do transporte foi orçado em 7 mil euros (R$ 44 mil), além de uma taxa cobrada pelo necrotério, de 100 euros (R$ 650) por dia. A reportagem tentou contato com a Polícia de Breda, mas não obteve retorno. Procurado, o Itamaraty afirmou que está acompanhando o caso por meio do consulado em Amsterdã. "O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Amsterdã, acompanha o caso e permanece à disposição para prestar assistência consular aos familiares da cidadã brasileira", informou o órgão.

O ministério afirma que não tem recursos disponíveis para fazer repatriação de nacionais que faleceram no exterior. "Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as embaixadas e consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017", completa o texto.

Renato Souza
postado em 08/01/2025 01:00
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