Procurado pelas forças de segurança de todo o Distrito Federal e Goiás, Argemiro Antônio da Silva, 62 anos, foragido do Complexo da Papuda desde sexta-feira (3/1), atuou, junto ao filho, Argemiro Antônio da Silva Filho, 32, em um mega roubo a uma agência bancária do Banco do Brasil localizada na cidade de Itapirapuã (GO), em 2014. Aliados a um bando de ao menos 10 pessoas, os dois usaram material explosivo de grande poder de destruição para ter acesso ao conteúdo dos caixas eletrônicos. Munidos de armas de grosso calibre, efetuaram tiros contra casas, lojas e até uma agência prisional próximas ao banco.
Argemiro tornou-se um dos criminosos mais procurados da capital e de Goiás após serrar as grades de uma cela do Bloco 5 do Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e escapar do complexo. O idoso ostenta uma vasta ficha criminal, com mais de 120 processos no DF e em GO por crimes de roubos a bancos e latrocínio (roubo com morte). Considerado um preso de alta periculosidade na Papuda, com classificação 4, Argemiro tinha a especialidade em assaltos a instituições financeiras.
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O Correio vasculhou o passado criminal de Argemiro e encontrou, mediante processos judiciais, uma das condenações do criminoso, de 14 anos de prisão. Neste, atuando com o filho, Argemiro Filho, esteve à frente de um roubo digno de roteiro de cinema. Na madrugada de 3 de dezembro de 2014, pai, filho e outros 10 criminosos levaram mais de R$ 113 mil da agência bancária do Banco do Brasil de Itapirapuã (GO), na Avenida Alfredo Nasser, Setor Central.
Divisão
Para o roubo, a quadrilha transportava duas espingardas calibre 12, balaclavas, cartuchos e artefatos explosivos. De acordo com o documento judicial, parte do grupo seguiu para o banco, onde explodiram os caixas eletrônicos com bombas e efetuaram disparos de armas de fogo contra residências, lojas e a agência prisional próximas ao banco.
A outra metade do bando seguiu para a frente do Destacamento da Polícia Militar da cidade. No destacamento, os criminosos estacionaram os carros, acenderam os faróis altos e apontaram armas para o batalhão. Segundo as investigações da época, o ato serviu como forma de intimidação, a fim de evitar que a PM se aproximasse.
Após a empreitada criminosa, todos fugiram em mais de um carro. Policiais militares montaram uma barreira na rodovia GO-070. Parte dos envolvidos que estavam em um dos veículos se depararam com o ponto de bloqueio e abriram fogo contra as equipes. Houve troca de tiros e o chefe da quadrilha, identificado como Fredson Guimarães da Silva, foi baleado e morreu. Os criminosos, ainda sim, conseguiram fazer uma manobra e retornar à cidade de Itapirapuã. Depois, houve outra troca de tiros e mais quatro homens morreram.
Ainda em fuga, os assaltantes entraram em urna estrada vicinal, que liga o distrito de Colônia de Uvá aos assentamentos do MST denominados "São Carlos" e "Laginha", local onde se dividiram em dois grupos, abandonaram os veículos e entraram na mata.
Prisões
Por volta de 1h do dia 4 de dezembro de 2014, os policiais viram um Crossfox em atitude suspeita. Ao ser abordado, o motorista confessou que iria resgatar os comparsas escondidos na mata. Posteriormente, um outro carro conduzido por Argemiro Filho foi parado pelas equipes, depois de uma perseguição. No carro, um Pálio, estavam, além de Argemiro, o pai dele, e outros dois envolvidos no roubo. À polícia, o filho disse que foi resgatar o bando.
Os detidos foram presos em flagrante e encaminhados à Delegacia Estadual de Investigações Criminais - DEIC (Grupo Antirroubo a Bancos GAB). A Justiça condenou o bando. Argemiro “pai” recebeu a pena de 14 anos e 10 meses de prisão, enquanto o filho recebeu 10 anos e 3 meses pelos crimes de porte de arma de fogo, resistência, associação criminosa e roubo qualificado.
Fuga
Argemiro “pai” fugiu do Complexo Penitenciário da Papuda na sexta-feira. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), a fuga foi constatada por volta das 7h, quando policiais penais faziam vistoria nas celas, como de rotina.
A perícia da Polícia Civil foi acionada para o local da fuga, na tentativa de colher elementos que levem às informações sobre como Argemiro conseguiu serrar as grades da cela.
Qualquer informação sobre o paradeiro de foragidos do sistema penitenciário deve ser repassada à Polícia Penal do DF pelo telefone (61) 99666-6000, à PMDF pelo 190 e à PCDF no 197. A denúncia é feita de forma anônima. As equipes descreveram o preso para auxiliar na captura. Ele tem 1,75m, pele clara, cabelos grisalhos e olhos castanhos.