A virada do ano na capital federal foi agitada. Na Esplanada dos Ministérios, no Plano Piloto, cerca de 200 mil pessoas compareceram à festa em que 2025 foi recebido, segundo o GDF. Os festejos organizados pelo Governo do Distrito Federal também se realizaram na Prainha dos Orixás, em Planaltina e em Ceilândia. Com atrações musicais para diversos gostos, o público comemorou, sem chuva e sob um céu de fogos de artifício, a chegada do ano-novo.
"Todo ano a gente vem passar aqui, já tem muito tempo", conta a professora Daiana Sátiro, que foi à Esplanada com seu marido, o empresário Wesley Sátiro, e sua filha Maria Eduarda. Com um piquenique no gramado do evento, com petiscos e espumante, a família estava animada e apreciando a programação musical da noite. "A gente gosta de vir e acompanhar os fogos e os shows. Somos nascidos e criados em Brasília, já vimos muitos artistas aqui", conta a educadora.
Curtindo, também, as apresentações dos cantores e instrumentistas, a estilista Thalita Lobo passou pela segunda vez o réveillon no centro do poder. "A gente está gostando muito, adoramos o show do Zé Vaqueiro", disse ela, que estava acompanhada de familiares e amigos. Segundo a jovem, 2025 será um ano de novidades: "Quero colocar muitos projetos em prática e abandonar também as práticas que não deram tão certo".
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"Camarote"
Local disputado para assistir à queima de fogos em Brasília, a plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto atraiu bastante gente pela vista privilegiada que proporciona. Não foram poucos os que pararam seus veículos no estacionamento do terminal para assistir ao espetáculo pirotécnico. E essa foi a escolha do casal Hérica Aragão e José Brito. Este ano, optaram por ver a explosão de luzes e cores presencialmente ao invés de pela televisão. "Eu só senti falta das luzes do Natal na Esplanada", conta Brito, professor de matemática. Hérica, por sua vez, disse esperar apenas coisas boas para o novo recomeço. "Tomara que 2025 seja melhor do que 2024, que para mim foi um ano difícil", avaliou a secretária escolar. Vindos do Riacho Fundo, ambos regaram a virada do ano com espumante e fazendo votos. "A gente deseja que as coisas melhorem para todos os brasileiros, um feliz ano-novo", declarou o educador.
E sob um céu iluminado por luzes de bengala, ao ar livre, e do mesmo mirante da via sobre a Rodoviária, a ceia foi posta pela família do empresário Marcelo Mesquita. Esse costume é repetido há dez anos. "Geralmente, a gente vem com um caminhão, mas dessa vez, como não iria chover, viemos de caminhonete", disse Mesquita. Seus três filhos, que cresceram com a tradição, com o passar dos anos têm ajudado a aumentar a quantidade de participantes da refeição, com amigos, namorados e outros parentes. "É muito bom porque conseguimos passar em família. Este ano, minha sobrinha está dormindo dentro do carro. É ótimo ter todo mundo reunido", disse Júlia, uma do empresário.
Segurança
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) divulgou, nesta quarta-feira (1º/1), o balanço das ocorrências realizadas durante o Réveillon da Esplanada. Houve a prisão em flagrante de um homem que estaria em posse de 11 tabletes de substância entorpecente, supostamente maconha. O Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) também realizou uma abordagem, ao deter um homem em situação de rua que carregava uma faca na mochila. O suspeito foi levado à 5ª Delegacia de Polícia por não portar o comprovante da compra da arma. Também foi realizada a condução de dois menores à Delegacia da Criança e do Adolescente (DC), após serem vistos com dois outros homens enquanto empurravam, de modo suspeito, um veículo. Na abordagem, constatou-se que ambos os garotos estavam com mandado de apreensão em aberto.
Na Prainha dos Orixás
Reunindo seguidores do candomblé e da umbanda, e quem mais quisesse prestigiar as festividades, o evento na Prainha dos Orixás, às margens do Lago Paranoá, foi ornado de rosas e oferendas. Não faltaram barracas que ofereciam pratos da culinária nem shows de Axé.
O cabeleireiro Gabriel Santos segue o candomblé há sete anos, e virada 2024-2025 foi sua quinta na Prainha. Para ele a celebração no local é uma forma de dar visibilidade aos candomblecistas e umbandistas da capital federal. "Ajuda a quebrar alguns dogmas que existem na sociedade. Ainda há muito preconceito contra a religião afro-brasileira", considerou. Acompanhado de sua irmã e da sobrinha, além de amigos, o cabeleireiro curtiu as atrações musicais que preencheram a noite. "Só tem shows bons, o que eu mais queria ver era o Joia do Couro, que gosto muito", elogiou.
Passada a queima de fogos, que também se deu nesse ponto da orla da Paranoá pela passagem para 2025, o evento continuava atraindo público. "Todo ano a gente vem aqui, sempre depois da meia-noite. Passamos aqui para um momento de oração e de conexão espiritual", contou a servidora pública Soraia Santos. Saudando Iemanjá, ela atirava rosas azuis na água enquanto desejava boas energias ao novo ano que começa. "É um orixá de luz, que nos traz muita proteção. É uma forma de agradecer", explicou.