O projeto Tranças no mapa, idealizado pela pesquisadora brasiliense Layla Maryzandra, foi condecorado com o Prêmio Nacional Rodrigo Melo Franco, na categoria salvaguarda do patrimônio imaterial. O programa tem o objetivo de documentar e apontar caminhos para definição de políticas públicas para a prática cultural tradicional do ofício de trançar cabelos afro no Distrito Federal. A premiação é promovida pelo Instituto do Patrimônico Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e chega à sua 37ª edição.
Por meio da mobilização de mulheres negras trancistas e lançando mão de metodologias bem estruturadas, foram elaborados mapas georreferenciados, colaborativos e afetivos a fim de subsidiar a proposição de políticas públicas de profissionalização e patrimonialização voltadas para esse ofício tradicional. O projeto faz parte da pesquisa de campo do Programa de Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT) da Universidade de Brasília (UnB), com orientação da professora Cristiane Portela, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC).
A pesquisadora e idealizadora do Tranças no Mapa, Layla Maryzandra, reforça a importância de valorizar os modos de vida afro-brasileiros e destaca a riqueza que há nos bens culturais que estão em nosso cotidiano, imperceptíveis aos olhos e deslocados, sistematicamente, para esse outro lugar social que desvaloriza e nega. “Essa premiação reforça o quanto é importante ampliar o olhar para os bens culturais que existem em nosso país, relacionados ao patrimônio imaterial afro-brasileiro, porque são invisibilizados e desvalorizados”, pontua.
O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, de caráter nacional, é promovido pelo Iphan desde 1987, como mecanismo de fomento às ações de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro que, em razão da sua originalidade, relevância e caráter exemplar, mereçam registro, divulgação e reconhecimento público.
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