Os perigos da diverticulite foram debatidos pelo cirurgião coloproctologista Pedro Henrique Morais durante o programa CB.Saúde — parceria entre o Correio e a TV Brasília, desta quinta-feira. Às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, o médico comentou sobre o impacto da alimentação nas doenças intestinais e a possível relação da doença com o câncer.
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Ele explicou que a diverticulite é uma inflamação do divertículo, pequenas bolsas formadas no intestino. Morais acrescentou que a maioria das pessoas com mais de 60 anos tem diverticulose, que é a presença de divertículo no intestino. Mas só 10% dessas pessoas vão ter uma ou mais crises de diverticulite ao longo da vida. Ele explicou que mesmo que não seja tão grave, a doença causa bastante dor.
“O sintoma da diverticulite é a dor. Uma dor forte do lado esquerdo, embaixo. Inclusive, essa dor é tão forte que é um pouco desproporcional em relação à gravidade da doença. Às vezes, uma infecção leve, que vai ser tratada só com antibiótico oral em casa, gera um desconforto enorme. E as pessoas ficam até com medo. Em outros casos, pode haver sensação de gases, dor, prisão de ventre, dificuldade de ir ao banheiro”, afirmou o coloproctologista.
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Ele explicou que os primeiros registros da doença ocorreram no século XIX. O médico acredita que isso se deve à dieta moderna e à falta de fibras na alimentação das pessoas. “Quanto menos fibra, maior a pressão no cólon. Essa pressão deforma o intestino e o deixa duro, e aí vai se desenvolvendo a diverticulose”, alertou.
Morais acrescenta que a diverticulite não tem relação direta com o câncer e que pessoas que têm diverticulose e diverticulite não têm um risco maior de ter a doença. Ainda assim, ele alerta que alguns dos fatores de risco para diverticulose, como uma dieta pobre em fibras, muito fast food, alimentação ruim, maus hábitos de vida e obesidade, também são fatores de risco para o câncer de intestino. Ainda que esse tipo de câncer seja fatal, tendo vitimado por exemplo Tancredo Neves, ele é facilmente identificado hoje por meio de uma tomografia.
O médico frisou que os exames modernos são capazes de identificar a diverticulite, seu grau e como tratá-la. Isso pode ser feito também por meio da colonoscopia, ainda que o cirurgião diga que o diagnóstico pode se misturar com um possível câncer, fazendo com que necessite de mais exames.
Veja a íntegra do programa:
* Estagiário sob supervisão de Eduardo Pinho.