Uma mala abastecida com 29kg de cocaína e abandonada no DF no final do ano passado colocou a Polícia Civil (PCDF) no encalço de uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro. Na manhã desta quinta-feira (19/12), policiais da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) cumpriram 23 mandados de prisão temporária e 46 de busca e apreensão contra o grupo na capital, em São Paulo, Goiás e Paraná.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
A investigação começou no final do ano passado com a localização de uma mala abandonada na garagem de uma companhia de ônibus de viagem carregada de cocaína. Segundo as investigações, essa era uma das estratégias utilizadas pelo bando para a entrada de drogas no DF, principalmente com entorpecentes vindos de São Paulo.
Leia também: Policial que jogou homem da ponte é indiciado por tentativa de homicídio
O grupo era liderado por um casal, de 49 e 36 anos. Enquanto o homem gerenciava as ações, a mulher atuava como operadora financeira. As apurações policiais revelaram que, naa malas, a quadrilha costumava esconder skunk e cocaína em meio a uma carga de flores e plantas, visando, assim, dificultar a fiscalização e localização da droga.
Estrutura
A polícia identificou uma estrutura de alta complexidade por parte da organização criminosa, que contava com divisão de tarefas, utilização de empresas de fachada e utilização de testas de ferro (pessoa que se apresenta com outro nome).
Entre os alvos da operação desta quinta, estão um das fornecedoras de droga, residente de São Paulo, de 46 anos; dois irmãos encarregados pelos recebimentos dos valores obtidos com a venda dos ilícitos; a companheira de um deles e a mãe dos dois; outros três gerentes responsáveis pela distribuição da droga; e um homem que ficava na função de transportar a droga de São Paulo para o DF.
Foram identificadas quatro empresas de fachada, sendo três em São Paulo e uma no Distrito Federal. As referidas empresas eram utilizadas pelo grupo para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Uma dessas empresas de São Paulo movimentou R$ 199 milhões nos últimos dois anos.
Os demais investigados se referem a pequenos traficantes e “testas de ferro” envolvidos com o grupo criminoso. Foi autorizado ainda o bloqueio na conta dos investigados até R$ 10 milhões em relação às pessoas físicas e R$ 100 milhões em relação às pessoas jurídicas.
Os criminosos vão responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de drogas. A operação contou com o apoio da Polícia Civil dos Estados do Paraná, São Paulo e Goiás e Polícia Rodoviária Federal.