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'Não existe Brasília pobre ou rica', afirmou ex-governadora do DF

No debate promovido pelo Correio, Maria de Lourdes Abadia criticou a proposta de mudança na gestão dos recursos do Fundo Constitucional, e apelidou a medida como "ideia de jerico"

Durante o debate sobre o Fundo Constitucional, promovido pelo Correio Braziliense, nesta quarta-feira (18/12), a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia expressou profunda preocupação e tristeza com os rumos do Distrito Federal diante da proposta de mudança na gestão dos recursos. Em discurso marcado pela emoção, ela enfatizou sua ligação com a capital e fez um apelo direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reconsiderar a ideia.

“Eu não conheço mais o Distrito Federal. Tudo o que eu tenho e consegui foi aqui. Brasília não é apenas a sede dos três poderes e da maior representação diplomática do país. Também é o melhor modelo das desigualdades sociais do Brasil, com pessoas enfrentando fome e miséria extrema. Não é fácil governar Brasília e o Fundo Constitucional é uma maneira de combater isso”, destacou.

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Abadia denominou a proposta de mudança no modelo de gestão do Fundo Constitucional como um retrocesso, e apelidou a medida como “ideia de jerico”. “Foi uma conquista difícil. Estamos abraçados por um anel de violência, pobreza e miséria absoluta. Não estamos falando de uma miséria qualquer, mas de pessoas que não têm sequer café para colocar na mesa”, disse.

A ex-governadora ainda relembrou sua participação em pesquisas sobre a juventude no Entorno de Brasília, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a ONU, reforçando a complexidade da região. “Brasília não é como outros estados. Ela tem particularidades que precisam ser respeitadas”, afirmou.

Maria de Lourdes Abadia se comprometeu a lutar pela preservação dos recursos destinados à capital e fez um apelo final ao presidente: “Lula, você mora em Brasília, conhece nossa realidade. Não deixe esse legado para a capital do Brasil. Brasília é diferente e merece ser tratada como tal”, disse. 

Além disso, afirmou que Brasília é para todos os brasileiros. “Não existe Brasília pobre ou rica. Amo esta cidade. Vou morrer amando Brasília. Podem contar comigo para essa luta”, concluiu em tom emotivo.

*Estagiária sob a supervisão de Márcia Machado

 

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