Com a chegada do fim de ano, período marcado por viagens e festividades, aumenta a preocupação com a segurança das residências no Distrito Federal. Enquanto muitos brasilienses resolvem sair da capital para descansar, pessoas mal-intencionadas veem nisso uma oportunidade para furtar. De acordo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF), em relação aos furtos em residências no Distrito Federal, houve uma redução de 18%. Foram 3.353 ocorrências dessa modalidade delituosa entre janeiro e novembro deste ano, contra 4.086 registros para o mesmo intervalo do ano passado, que encerrou com um total de 4.472 casos.
Apesar de uma queda no número de registros desse tipo, especialistas alertam para a necessidade de redobrar os cuidados nessa época e a Polícia Militar (PMDF) reforça a importância de medidas preventivas, como o uso de tecnologias de segurança, parcerias com vizinhos e atenção a sinais suspeitos nas imediações.
- Leia também: Cinco pessoas morrem após acidente no Entorno do DF
Para Fernando Portella Rosa, 64, e sua mulher, Cheila Aparecida Gomes, 75, arquitetos e moradores da Asa Norte, o furto em sua residência, em setembro de 2018, trouxe impactos que vão além dos bens materiais levados. "Minha esposa estava viajando. Quando cheguei em casa, vindo do trabalho, perto das 18h, encontrei o apartamento todo revirado", relembra Fernando.
Os criminosos aproveitaram o momento em que a porta da cozinha estava aberta para invadir. "Eles entraram e empurraram a geladeira, que fica atrás da porta da cozinha. Levaram relógios, jóias, um videogame, notebook e um tablet. A síndica chegou a vê-los saindo com os pertences nos braços, mas achou que fossem diaristas saindo de algum apartamento", relata.
Após o incidente, o casal aumentou a precaução. "Trocamos todas as fechaduras e portas do apartamento, instalamos grades de ferro com fechaduras com chaves tetra, e o condomínio aderiu ao programa Quadra Monitorada da Polícia Militar, com novos sistemas de controle de acesso. Ainda assim, as câmeras não foram instaladas até hoje", destaca Fernando.
Recomendações
Leonardo Sant'Anna, especialista em segurança pública, explica que a melhor maneira de evitar furtos a residências é investir em medidas preventivas e tecnológicas. "Placas indicando a presença de segurança eletrônica, o uso de lâmpadas, televisores e equipamentos de som programáveis para ligar e desligar à distância, são recursos simples e acessíveis que ajudam a criar a percepção de que há movimento na casa", recomenda.
O especialista ressalta que uma das principais vulnerabilidades está na comunicação visual. "Casas que aparentam estar completamente desocupadas se tornam alvos fáceis. A ausência de dispositivos como câmeras ou sensores de movimento que ativam luzes ou alarmes aumenta significativamente o risco. Outro fator é a fuga de informações — até mesmo de modo involuntário —, como quando alguém comenta sobre viagens ou expõe objetos de valor", detalha Leonardo.
Outro ponto importante é a atitude das vítimas quando descobrem o crime. "Os proprietários, síndicos ou vigias devem informar imediatamente às autoridades e evitar entrar na residência até a chegada da polícia. Qualquer movimentação pode comprometer a coleta de provas, como digitais, pegadas ou outros vestígios que ajudam a identificar os criminosos. Até uma simples bituca de cigarro pode conter saliva, que é crucial para o trabalho da perícia", enfatriza.
Mais dicas
O capitão Otávio Munhoz, da Polícia Militar (PMDF), dá algumas dicas sobre como as pessoas podem se proteger de possíveis furtos quando saírem por longos períodos de tempo. Assim como o especialista Leonardo Sant'Anna, o policial recomenda que se invista em tecnologia: sistemas como alarmes, câmeras e lâmpadas com fotocélulas, que simulam movimento. Outra orientação é evitar esconder a chave em lugares como embaixo de tapetes ou de jarros de plantas.
"Evite deixar assinaturas de revistas ou jornais acumulando na porta, pois isso pode dar a impressão de abandono. Mantenha discrição ao fazer as malas e evite comentar sobre a viagem", recomenda. Outras sugestões são pedir a um parente ou vizinho de confiança para monitorar a casa, reforçar as portas com fechaduras eletrônicas e não deixar itens de valor na residência.
Em caso de ocorrências desse tipo, a orientação do capitão Munhoz é fazer o registro imediatamente na Polícia Militar, que pode recuperar os bens. Além disso, ele recomenda estar atento aos sites de vendas on-line, onde itens furtados podem ser comercializados.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
Saiba Mais