Atropelamento

Motociclista foi atropelado de propósito após briga de trânsito no DF

Acidente, que aconteceu em setembro deste ano, vitimou o motociclista Francisco Luis Araújo, de 37 anos. O motorista do carro, Carlos Henrique de Sousa Mesquita, 21, foi indiciado por homicídio doloso

Um caso que aconteceu em 27 de setembro deste ano teve uma reviravolta após imagens de uma câmera interna de um ônibus serem analisadas pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Até onde se pensava, o atropelamento de um motociclista teria sido um acidente de trânsito. Entretanto, foi constatado que o motorista atropelou de propósito o motociclista após uma briga de trânsito.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

No vídeo divulgado, é possível ver o momento em que o motociclista Francisco Luis Araújo, 37 anos, perseguido pelo carro conduzido por Carlos Henrique de Sousa Mesquita, 21, atravessa na frente do ônibus. Carlos, então, ultrapassa em alta velocidade e joga o carro em cima da moto, atropelando o Francisco, que morreu no local.

Em outras imagens, é possível ver que o motorista parou alguns metros depois em uma via de acesso ao Eixão Sul, entretanto, ele não voltou para prestar socorro e o motociclista ficou caído no chão. O atropelamento aconteceu na altura da 202 Sul, sentido aeroporto.

Horas depois do atropelamento, Carlos Henrique compareceu à delegacia acompanhado de um advogado. Em depoimento prestado, Carlos afirma que o motociclista encostou em sua janela e alegou ter sido fechado por ele perguntando “Você não me viu, não?”, ao que ele respondeu, pedindo para o motociclista seguir seu caminho. Ainda segundo Carlos, o motociclista começou a xingar e ameaçá-lo, Carlos afirma que seguiu o caminho e foi perseguido pelo motociclista que, ao chutar a porta do carro, perdeu o controle e colidiu com o veículo, levando-o à queda. 

Segundo depoimento prestado, Carlos alega que ao descer do veículo para prestar atendimento, Francisco ainda estava respirando. Carlos teria percebido que muitos “motoboys” estavam se aproximando do local, com medo e com orientação do motorista do ônibus, Carlos Henrique se retirou do local. 

O depoimento prestado pelo motorista do ônibus que gravou o acidente, desmente a versão de Carlos. Segundo o motorista do coletivo, Carlos Henrique ultrapassou o ônibus e alcançou a moto, atingindo-a e arrastando por cerca de 4m, após isso, seguiu e estacionou em um retorno que dá acesso ao Eixo Rodoviário enquanto o motociclista estava caído. 

Segundo o motorista, Carlos voltou ao local em que Francisco estava caído. O motorista do ônibus perguntou o motivo de Carlos ter feito aquilo, ao que respondeu: “Esse desgraçado bateu no meu carro ali atrás”. Logo depois, Carlos se dirigiu mais próximo a Francisco, que estava perto da lateral do ônibus, e logo retornou perguntando: “Será que ele morreu?” ao que o motorista do ônibus respondeu “Pela pancada, acho que morreu”. Neste momento, o motorista do ônibus afirma que Carlos disse que ia dar o fora dali e correu para o seu carro, fugindo do local.

O motorista do ônibus ainda afirma que não orientou Carlos a se retirar e nem que outros motociclistas apareceram no local. Carlos Henrique de Sousa Mesquita foi indiciado por homicídio doloso com duas qualificações: motivo fútil e dificuldade de defesa da vítima.

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

 

Mais Lidas