Feminicídio

Saiba quem é o homem que asfixiou e matou mulher em galpão no SIA

Familiares contaram ao Correio que Keila e o homem mantinham uma relação havia menos de três meses, e que viram o suspeito apenas uma vez

O assassino de Keila Cristina Nascimento, 37 anos, foi identificado como Izaquiel Pereira da Silva, 37. O homem foi preso pela Polícia Militar (PMDF) ao tentar tirar a própria vida, em um viaduto do Cruzeiro, logo após matar a mulher asfixiada. Familiares contaram ao Correio que Keila e o homem mantinham uma relação havia menos de três meses, e que viram o suspeito apenas uma vez. 

Izaquiel veio do Nordeste para morar em Brasília e foi abrigado por um conhecido em um galpão do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), onde ele trabalhava e morava. Segundo uma familiar de Keila, que preferiu não se identificar, a mulher conheceu Izaquiel por meio de um amigo em comum. “Não era nada sério. A gente o viu apenas uma vez. Não levantou qualquer suspeita.”

Mas a relação conturbada, de ciúme possessivo por parte do vendedor, logo escancarou para os parentes da vítima o risco que ela corria. Keila chegou a ser sufocada pelo agressor com uma meia com álcool e desmaiou. Despertou minutos depois com vários hematomas pelo rosto. “Ela chegou ao trabalho machucada várias vezes. Quando eu vi, peguei no braço dela e disse que iríamos para a delegacia, mas ela se negou”, relatou a familiar.

Tragédia

A família de Keila nunca aprovou o relacionamento, justamente por perceber o perfil agressivo de Izaquiel. Ainda assim, ela continuou ao lado dele, mesmo diante dos crescentes sinais de perigo. A vítima deixa dois filhos, que moram com outro parente.

Na noite de domingo, Keila avisou à irmã que não dormiria em casa e que, provavelmente, passaria a noite com Izaquiel. A mulher foi encontrada sem vida no galpão no SIA, com sinais de asfixia. Segundo pessoas próximas, houve uma discussão entre o casal.

Após o crime, ele fugiu e foi encontrado numa passarela no Cruzeiro Novo, onde foi impedido pelo CBMDF de cometer suicídio. Durante o atendimento, Izaquiel confessou ter matado a namorada. Ele foi encaminhado ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) para atendimento e, assim que se recuperar, será enviado à carceragem da Polícia Civil (PCDF). O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) I, na Asa Sul.

A tragédia é mais uma em um contexto alarmante de feminicídios no Distrito Federal — já são 23 casos registrados em 2024.

 

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