Feminicídio

Vítima de de feminicídio no SIA já havia sido agredida antes pelo suspeito de matá-la

Em um episódio anterior, Izaquiel já teria enforcado Keila após uma discussão do casal, levando familiares e amigos a insistirem para que ela terminasse o relacionamento

Keila Cristina Nascimento, de 37 anos, já havia sido agredida antes por Izaquiel Pereira da Silva, 37, suspeito de matá-la asfixiada em um galpão no SIA, nesta segunda-feira (16/12). Segundo a Polícia Civil (PCDF), havia apenas três meses que a mulher estava com o suspeito, que foi encontrado tentando suicídio e confessou o feminicídio aos socorristas do Corpo de Bombeiros (CBMDF) que o resgataram.  

Leia também: Mulher é morta asfixiada pelo namorado no SIA

Relatos de pessoas próximas revelam que a relação era marcada por agressões físicas. Em um episódio anterior, Izaquiel já havia enforcado Keila, após uma discussão do casal, levando familiares e amigos a insistirem para que ela terminasse o relacionamento. "Nós falávamos: ‘Sai dessa, vai esperar o cara te matar?’”, contou uma amiga, que não quis se identificar, ainda abalada com o desfecho.  

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Ao contrário do companheiro, Keila era descrita como uma pessoa tranquila e prestativa, alguém que sempre evitava brigas. "Ela estava pronta para tudo que você chamasse. Era massa demais, uma pessoa que fazia de tudo para não criar confusão", afirmou a conhecida.  


Tragédia

A família de Keila nunca aprovou o relacionamento, justamente por perceber o perfil agressivo de Izaquiel. Ainda assim, ela continuou ao lado dele, mesmo diante dos crescentes sinais de perigo. A vítima deixa dois filhos, que moram com outro parente.

Keila foi encontrada sem vida em um galpão no SIA, com sinais de asfixia. Segundo pessoas próximas, o casal teria discutido, após Izaquiel ter encontrado mensagens enviadas pela mulher a outro homem. Em um ataque de fúria, o suspeito brigou com ela e a enforcou.

Após o crime, ele fugiu e foi encontrado numa passarela no Cruzeiro Novo, ao ser impedido pelo CBMDF de cometer suicídio. Durante o atendimento, Izaquiel confessou ter matado a namorada. Ele foi encaminhado ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) para atendimento e, assim que se recuperar, será enviado à carceragem da Polícia Civil (PCDF). O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) I, na Asa Sul.

A tragédia é mais uma em um contexto alarmante de feminicídios no Distrito Federal — já são 23 casos registrados em 2024.

 


 

Mais Lidas