A Secretaria de Estado de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal (SODF) anunciou que, a partir da madrugada desta quarta-feira (11/12), o trânsito na Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) será alterado para construções de novos viadutos, passagens subterrâneas, calçadas e ciclovias. O trecho 4 do Eixo Oeste se encontra totalmente interditado no sentido Eixo Monumental, enquanto o sentido Taguatinga foi separado em dois para receber o fluxo de veículos afetado.
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A mudança tem causado aumento no engarrafamento e aumentado o risco para pedestres, além de dificultar embarque e desembarque de passageiros do transporte coletivo. O Correio foi ao local e falou com brasilienses que foram impactados pela mudança, que desabafar sobre as dificuldades que chegaram com as reformas.
Efeitos colaterais
Tendo que utilizar a Epig todos os dias para deixar sua casa em Samambaia Norte, Suely Tomaz teve seu dia a dia prejudicado pelas alterações no tráfego. Ela explica que buscou desvios que a fizessem chegar no Sudoeste mais rápido, mas a estrada continua sendo a mais acessível. Seu trajeto diário de carro até o trabalho costumava ser mais rápido, de acordo com ela, mas a duração da viagem vem aumentando consideravelmente nos últimos meses.
“Não tem nem como desviar. Infelizmente, não tem jeito. Porque se eu passar pelo Núcleo Bandeirante é pior. Aqui era a melhor opção, mas agora, com aquela obra ali, está horrível. Por volta de sete horas, isso aqui é um caos pra você sair. É um fluxo muito grande, então fica sendo muito ruim. Eu acho que a interdição que fizeram na via ficou ruim, porque acaba reduzindo as faixas”, afirma a cozinheira de 47 anos.
Da janela de seu quarto, com vista para a estrada, Osvaldo Santana vê o congestionamento cada vez maior que se forma com o decorrer das obras. Apesar de não usar a via com frequência, ele também sente o impacto em seu cotidiano. “Eu não costumo dirigir pela Epig, porque eu prefiro fazer meu trajeto até a Asa Norte pela Primeira Avenida. Mas mesmo assim isso tem me afetado, porque as pessoas tentam fugir do engarrafamento por aqui, o que transfere o trânsito para dentro do Sudoeste também”, reclama o morador.
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Transporte público
Não só os motoristas de carro que sofrem com os problemas causados pelo trânsito. Com paradas de ônibus improvisadas para receber os passageiros no sentido Eixo Monumental, o transporte público também tem sido bastante afetado. Amanda Lima, de 35 anos, vai diariamente para o Sudoeste, onde trabalha em uma clínica de estética.
Um trajeto que costumava ser curto para começar o dia passou a se tornar um obstáculo extra na rotina. Para ela, as medidas tomadas pelo governo não foram o suficiente para resolver a situação. Assim, a moradora de Ceilândia teve que se adaptar, saindo mais cedo de casa para não se atrasar para seu expediente.
“Antes da obra demorava, dependendo do dia, uns 30 minutos para chegar. Agora tá demorando bem mais. Tem dia que a gente fica preso aqui nesse trânsito entre o octogonal e a parada da 103 durante uns 20 minutos. Tá sempre assim, em qualquer horário. A única solução é terminar essas obras logo, ninguém merece. Essa que eles fizeram agora de separar a via em duas com os cones só piorou”, critica Amanda.
Interdição
A SODF alerta aos motoristas que fiquem atentos à sinalização e aos pedestres que atravessem na faixa sinalizada. O fluxo no sentido Eixo Monumental está totalmente interditado desde o viaduto Luiz Carlos Botelho Ferreira até a entrada do SIG. Duas faixas reversas foram ativadas, a do meio e a da esquerda, para acomodar esses veículos. Para quem se desloca no sentido Taguatinga, apenas a faixa da direita está em funcionamento.
Assim que finalizadas, com previsão variando entre quatro e seis meses. De acordo com a secretaria, as obras vão reduzir em 25 minutos o deslocamento entre o Sol Nascente e o Eixo Monumental, além de promover mais conforto para motoristas e pedestres.
* Estagiário sob supervisão de José Carlos Vieira