Com a chegada das festas de fim de ano, uma das horas mais esperadas por muitas pessoas é a ceia. O momento para confraternizar e apreciar inúmeras delícias pode oferecer alguns riscos para pessoas que sofrem de refluxo. Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, cerca de 20% da população mundial sofre de refluxo gastroesofágico, o que pode ser agravado em períodos festivos.
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Alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas, sobremesas à base de chantilly e creme de leite devem ser evitados por quem sofre de refluxo. Os sintomas como queimação no estômago, azia, dor no peito, enjoo, regurgitação, tosse, pigarro e garganta arranhando são típicos sinais de refluxo gastroesofágico.
Hugo Guedes, médico da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), explica o refluxo ocorre “quando o conteúdo gástrico, composto por alimentos sólidos, líquidos e ácidos, retorna do estômago para o esôfago, causando uma série de incômodos”. O médico também chama a atenção para o consumo de bebidas alcoólicas. “Entre os campeões do refluxo gastroesofágico, estão as bebidas alcoólicas, que irritam de forma significativa o aparelho digestivo. A atenção deve ser redobrada, especialmente com bebidas que, além do teor alcoólico, são gaseificadas, como cerveja, espumantes e refrigerante”, completa.
Segundo o Dr. Hugo, os alimentos que mais afetam as pessoas com refluxo são: pernil, pato, panceta e cortes, como costela e cupim; farofa recheada de bacon; maionese; cerveja e bebidas gaseificadas como champagne e refrigerante; nozes e castanhas; rabanada e panetone.
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Para aqueles que sofrem de refluxo e mesmo assim querem participar da ceia, o doutor faz algumas recomendações: “Não existe nenhum alimento ou bebida que alivie os sintomas do refluxo. O que pode ajudar a diminuir a intensidade dos sintomas é a moderação. Ninguém precisa ficar privado de comemorar o Natal. É uma combinação de erros que vai fazer com que os sintomas piorem”, afirma.
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Além disso, o especialista afirma que, a curto prazo, a mudança de hábito é fundamental para o alívio dos sintomas: “Fazer uma refeição sem os líquidos junto, de preferência tomar líquido meia hora antes ou depois das refeições. Não deitar assim que terminar de comer e fazer refeições com pratos menores. Volumes menores e mais frequência”. A longo prazo, é recomendável mudanças mais severas. “Fundamental a prática de atividades físicas, redução no peso e o costume de uma alimentação mais saudável”, completa.
Tratamento
O uso indiscriminado de antiácidos também é uma prática que piora o refluxo e, a longo prazo, pode afetar outros órgãos como rins e fígado. “Por isso, o diagnóstico correto e a escolha do tratamento adequado são essenciais”, afirma.
Para os pacientes que perderam qualidade de vida por causa do refluxo existe um tratamento chamado fundoplicatura endoscópica (TIF) realizado com o Disposito EsophyX, que melhora a condição do paciente. “O refluxo ocorre porque há uma frouxidão na musculatura entre o estômago e o esôfago. Essa válvula, que funciona como uma comporta, se não estiver funcionando corretamente, causa o refluxo. No procedimento, criamos uma válvula, fortalecendo essa musculatura, reduzindo o espaço e diminuindo a volta do conteúdo gástrico”, explica o médico.
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
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