FEMINICÍDIO

Mulher é asfixiada pelo ex-namorado em Samambaia

Nadiana, a 22ª vítima de feminicídio no DF neste ano, deixa uma filha de 9 anos, de um relacionamento anterior. Renato Vaz, 33, que confessou o crime, viveu com ela por três anos e teria usado um travesseiro para matá-la

Nadiana da Costa Santana, de 29 anos, foi morta asfixiada na noite de domingo (08/12), na QR 423 de Samambaia. O ex-namorado da vítima, Renato Vaz da Conceição Júnior, 33, teria confessado o crime aos policiais e passará por audiência de custódia hoje. Nadiana é a 22ª vítima de feminicídio no Distrito Federal neste ano e deixa uma filha, de 9 anos, de um relacionamento anterior.

O casal viveu junto por três anos, mas tinha se separado havia alguns meses. Informalmente, o suspeito confessou o crime aos policiais militares, relatando que os dois estavam em um bar mais cedo, quando a vítima mencionou ter se envolvido com outras pessoas durante o período de separação.

Após deixarem o estabelecimento e seguirem para a casa de Renato, por volta das 21h, ele afirmou ter enforcado Nadiana até ela desmaiar. Quando a vítima começou a recobrar a consciência, ele a asfixiou com um travesseiro, provocando sua morte. Segundo o relato, Renato disse ter se arrependido e chamou os familiares que estavam na casa. Eles acionaram o socorro, mas, apesar dos esforços do Corpo de Bombeiros (CBMDF), o óbito foi confirmado no local.

A avó do criminoso, dona da residência, informou à polícia que não ouviu nada vindo do quarto, pois o neto costuma mantê-lo trancado. Renato aguardou a chegada da polícia de forma "tranquila" e foi preso em flagrante, sendo encaminhado à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte).

Os investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não interrogaram o acusado no momento da prisão devido à Lei de Abuso de Autoridade, que proíbe interrogatórios no período noturno. O caso foi protocolado no Tribunal do Júri de Samambaia.

Jovem trabalhadora

Nadiana trabalhava como repositora em um supermercado de Arniqueira e era descrita por amigos e familiares como carinhosa e dedicada. Além disso, segundo eles, era uma mãe extremamente zelosa, sempre compartilhando fotos da filha nas redes sociais.

material cedido ao Correio - Nadiana trabalhava como repositora em um supermercado

Um parente, que preferiu não se identificar, afirmou que a notícia da morte foi um choque para todos. "O Renato é um covarde. Ela era uma mulher trabalhadora, forte e inteligente, além de muito determinada, mas se envolveu com uma pessoa de mau caráter. Nós queremos justiça", declarou.

A família organizou uma arrecadação on-line para levantar recursos destinados ao funeral de Nadiana. Na descrição da vaquinha, os parentes pedem por justiça: "Uma jovem com grandes sonhos e um futuro brilhante pela frente, que teve sua vida ceifada em mais um caso infeliz de violência contra nossas mulheres. Chega disso, justiça já!", escreveram.

Até o fechamento desta matéria, haviam sido arrecadados R$ 250, dos R$ 5 mil estipulados como meta.


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Onde pedir ajuda

Onde pedir ajuda no DF

Ligue 190: Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Uma viatura é enviada imediatamente até o local. Serviço disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

Ligue 197: Polícia Civil do DF (PCDF)

E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br

WhatsApp: (61) 98626-1197

Site:https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher

Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, canal da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, além de reclamações, sugestões e elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima, 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAM): funcionamento 24 horas por dia, todos os dias.